sábado, 23 de outubro de 2010

Prega a Palavra

Prega a Palavra
Felippe Amorim


        

Vivemos nos últimos dias da história da humanidade. Não há dúvida de que estamos muito próximo da volta de Jesus a este planeta. As profecias bíblicas a respeito deste período estão se cumprindo fielmente: catástrofes naturais, violência, fome, doenças, dentre tantas outras evidências do final dos tempos.


Os cristãos deveriam estar cada vez mais alerta diante de tudo que tem acontecido. Deus se preocupou em deixar em Sua Palavra conselhos que nos ajudariam a viver melhor neste período. Paulo, em sua carta a Timóteo, informa-nos como seriam os últimos dias da história deste planeta.

Em II Timóteo 3:1 a 5 o apóstolo descreve como estará o mundo pouco antes do retorno de Cristo. Ele informa profeticamente que seriam “tempos díficeis” nos quais os homens seriam “egoistas, avarentos, desobedientes aos pais, cruéis... mais amigos dos prazeres do que de Deus”. Apenas palavras inspiradas poderiam ser tão exatas em sua descrição, pois é um retrato fiel do mundo em que vivemos.

Após nos dar uma visão mais abrangente, Paulo concentra seu olhar na igreja e destaca dois grupos que existiriam nos últimos dias.

O primeiro grupo está descrito em II Timóteo 4:3,4. Este grupo estaria dentro da Igreja, mas sem compromisso algum com a Palavra de Deus. Uma das características desta porção da igreja é que “não suportariam a sã doutrina”. A pregação doutrinária confronta o pecado sem rodeios e isto ofende aos que amam o pecado. Para fugir destes sermões, este grupo procuraria mestres que apresentariam mensagens que “coçariam os seus ouvidos”. Esta expressão do apóstolo nos leva a pensar em pessoas que querem ouvir mensagens “agradáveis”, bonitas ,engraçadas, mas, muitas vezes, vazias.

Infelizmente, muitas igrejas na atualidade têm assumido este padrão homilético, tornando-se, assim, “amigáveis”. John MacArthur em seu livro “Com Vergonha do Evangelho”(Editora Fiel, 2009) diz que “ Nada, praticamente, é dispensado como impróprio para o culto [das igrejas “amigáveis”] ... Aliás, uma das poucas coisas que é considerada como inadequada é a pregação clara e poderosa”(p. 46). Este autor registra alguns depoimentos interessantes de líderes destas igrejas. “ Aqui não há fogo nem enxofre. Nada de pressionar as pessoas com a Bíblia. Apenas mensagens práticas e divertidas”. “Os cultos em nossa igreja trazem consigo um ar de informalidade. Você não verá os ouvintes sendo ameaçados com o inferno ou sendo considerados como pecadores. O objetivo é fazer com que se sintam bem-vindos, não de afastá-los”. “O Pastor está pregando mensagens bastante atuais... mensagens de salvação, mas a idéia não é tanto de salvação do fogo do inferno. Pelo contrário, é salvação da falta de significado e de propósito nesta vida. É uma mensagem mais soft, de mais fácil aceitação.” (p. 48-49). Percebe-se facilmente que não há compromisso algum com a Palavra de Deus nestas igrejas. O apóstolo Paulo não recomenda estas mensagens e as cita em tom de reprovação.

O segundo grupo está descrito em I Timóteo 4:1,2. Enquanto o primeiro permanece dentro da igreja, este está sofrendo o processo de apostasia. Os motivos são esclarecidos. “Obedecem ensinos de demônios”,ou seja, seguem ensinamentos religiosos que são contrários à Bíblia. Outro motivo apresentado no texto é hipocrisia, pessoas que levam uma vida dupla, são uma coisa na igreja e outra no mundo. Os apóstatas do final dos tempos também têm a “mente cauterizada”, são membros de igreja para os quais nada mais é pecado. O Espírito Santo não consegue mais falar com estas pessoas.

Jon Paulien em seu livro “Deus no Mundo Real”(CPB, 2009) apresenta alguns passos que são dados no processo de apostasia: 1- Deixar a oração particular, orar apenas em público. Na igreja, por exemplo. 2- Deixar de Estudar a Bíblia e o Espírito de profecia. 3- A queda das normas do estilo de vida. 4- Frequência irregular aos cultos. 5- Dúvidas acerca da Bíblia e da Vida futura, ou seja, a pessoa começa a se ater aos “textos difíceis” e aos poucos vai desacreditando da Palavra de Deus. 6- Desconfiança na instituições religiosas, o que redunda em rebelar-se contra a igreja. Em um processo lento e às vezes imperceptível para quem está sofrendo, a pessoa sai da igreja.

O quadro descrito acima é lamentável, mas, graças a Deus, Paulo não nos deixou sem solução. Em I Timóteo 4:1,2 nos é apresentada a saída. A frase chave deste texto é: “Prega a Palavra”. Enquanto não colocarmos em nossos púlpitos e em nossa vida a mensagem da Bíblia como ela é, não conseguiremos escapar do triste fim que está reservado para o mundo.

Precisamos estudar mais a Bíblia, os pregadores precisam pregar mais a Bíblia e menos fábulas e histórias que comovem, mas não alimentam. Apenas a Palavra de Deus pode nos livrar da falta de fé e da apostasia. Paulo nos orienta como deve ser esta pregação. Com longanimidade (paciência) e doutrina. Não devemos usar o púlpito como chicote contra a igreja, a doutrina deve ser pregada com amor, paciência, mas sem omitir nenhuma parte dela.

“Recebidas, as verdades bíblicas elevarão a mente e a alma. Se a Palavra de Deus fosse apreciada como deveria ser, tanto os jovens como os idosos possuiriam uma retidão interior, uma firmeza de princípios que os habilitariam a resistir à tentação”(Ciência do Bom Viver, 459). Que a Bíblia seja nossa companheira diária na jornada rumo às mansões celestias!