terça-feira, 26 de abril de 2011

Iminência: uma noção essencial


A consciência de que Jesus está às portas é o grande segredo para estarmos sempre preparados.

Felippe Amorim


Introdução



Não precisa ser um grande observador para perceber que algo muito estranho está acontecendo no planeta Terra. São tragédias constantes em todas as áreas imagináveis: sociais, econômicas, naturais etc.

Um dos fatos que chamou atenção do planeta foi o terremoto ocorrido no Japão em Março de 2011. Para termos uma ideia do tamanho deste evento sísmico, podemos compará-lo com outra grande catástrofe, o terremoto no Haiti em 2010. Este terremoto foi cerca de 900 vezes menor que o abalo japonês, mas matou 10 vezes mais. No Haiti morreram cerca de 200.000 pessoas e no Japão cerca de 20.000 pessoas.

Dentre as diversas diferenças entre esses dois países, uma foi determinante: todos os dias os japoneses esperavam pelo grande terremoto.

Há vários anos os sismólogos anunciavam o risco de um grande terremoto no Japão e todos os dias os japoneses acordavam pensando que aquele poderia ser o dia. A noção da iminência do terremoto fez com que eles estivessem diariamente preparados e isso determinou o pequeno número de mortos em relação ao Haiti.

Quando li esses dados em uma revista de circulação nacional lembrei-me do texto de Mateus 24:45-51, a parábola do servo bom e do servo mau. Esta é a segunda de seis ilustrações dadas para mostrar a importância de velar e estar preparado para a volta de Jesus. A ênfase na preparação para a volta de Cristo é mais destacada nestas parábolas do que a preocupação excessiva com a data do evento.


Identificação dos servos



Certamente a mensagem desta parábola tem muita relevância para o mundo atual e por isso será muito útil identificar quem são os personagens da história bíblica e quem seriam seus correspondentes hoje.

A primeira informação que o texto dá sobre os servos é que eles são aqueles a “quem o senhor confiou os servos”(v. 45). Outra informação importante é que estes homens são “aqueles que devem dar sustento (alimento) aos conservos”(v.45). Estas duas frases do texto inspirado nos indicam que os servos representam àqueles que têm a responsabilidade de cuidar e alimentar a igreja. Esta parábola se aplica especialmente aos dirigentes espirituais da igreja. Mas, sem dúvida, é possível aplicá-la também a cada cristão, pois todos somos sacerdotes de Deus e devemos cuidar uns dos outros (1 Pe. 2:9).



Características dos Servos



O texto bíblico trata de dois servos, um bom e um mau. Podemos perceber algumas semelhanças entre estes personagens. Ambos conhecem o senhor, sabem que o senhor virá e também os dois receberam uma responsabilidade do senhor.

A aplicação é muito óbvia: todos nós cristãos estamos incluídos nesta descrição dos servos. Nós conhecemos a respeito de Jesus, sabemos que Ele voltará à Terra e todos recebemos uma responsabilidade na missão de Deus. Cada cristão está incluído nesta parábola. Resta-nos saber qual servo somos.

Continuando a descrição dos servos, a Bíblia apresenta diferenças entre eles. O servo bom alimenta os conservos (v. 45) e trabalha até o momento da volta do seu senhor(v.46). Duas características muito importantes para a igreja do século XXI. Infelizmente alguns pregadores não estão alimentando a igreja, pois insistem em sermões que fogem da Bíblia. A única coisa que poderá realmente alimentar espiritualmente é a palavra de Deus, é ela que deve estar em evidência nos púlpitos. A segunda característica do servo bom deve ser uma inspiração para nós. Trabalhar sem desanimar até ver nosso Senhor nas nuvens.

As características do servo mau são bem destacadas no texto. Se apurarmos nossa visão perceberemos que o maior destaque desta parábola é dado ao servo mau, como se Jesus estivesse nos alertando para não o imitarmos.

O servo mau “diz consigo mesmo: meu Senhor demora-se”. Interessante! Ele não fala abertamente que não crê na volta do senhor para logo. Porém, basta observar as suas ações que perceberemos a sua falta de senso de iminência. Falta convicção para este servo. O texto ainda diz que ele espanca os companheiros e bebe e come com ébrios.

O mau servo hoje é aquele cristão, líder ou leigo, que apesar de saber de todas as promessas bíblicas e dos sinais da volta de Jesus, come, bebe, se veste, fala, canta, trabalha como se Jesus fosse voltar daqui a muito tempo. Mesmo frequentando a igreja e ouvindo os alertas da Bíblia, não vive como alguém que aguarda Jesus para logo.

Não sendo isso suficiente, ele ainda trata mal aqueles que vivem em busca constante pela santificação e dá um tremendo mal testemunho frequentando lugares e consumindo coisas que não são adequadas para um cristão. Infelizmente, segundo a parábola que Jesus contou, tem gente assim dentro da igreja.
A recompensa dos servos

A parábola não se encerra antes de expor a recompensa que cada um desses servos terá por causa de suas escolhas.

Para o servo mau, Jesus diz que ele terá a “sorte com os hipócritas”(v. 51). Isso é muito coerente já que este servo viveu uma vida de hipocrisia. Nos cultos estava na igreja bem vestido, talvez cantando, pregando. Mas fora da igreja vivia como alguém que não conhecia Jesus. Tinha uma vida dupla, era uma coisa na igreja e outra no mundo.

Para as pessoas deste grupo, o Senhor virá de surpresa. Apenas para este grupo, Jesus vem como um ladrão e então haverá “choro e ranger de dentes”.

O panorama para o servo bom é outro completamente diferente. Jesus prometeu que este servo, que não perdia a noção da iminência do retorno do seu senhor, desfrutaria de “todos os seus bens”.

Todos os cristãos que viverem de forma coerente com os textos inspirados deixados por Deus para nós receberão a vida eterna, as mansões celestiais e todos os outros bens que Deus tem preparado como recompensa. O servo bom é aquele que está preparado em todos os momentos para a volta de Jesus.


Conclusão
Nos primórdios do movimento adventista viveu Guilherme Miller. Seus contemporâneos entenderam errado a profecia bíblica, e acabaram acreditando que a data do retorno de Jesus à terra seria o dia 22 de outubro de 1844. No dia marcado muitas pessoas estavam aguardando o Senhor aparecer no céu. O dia passou e, decepcionados, todos voltaram para casa. Depois Miller e muitos outros compreenderiam a profecia corretamente. Mas nos dias seguintes ao grande desapontamento alguém querendo zombar de Guilherme Miller perguntou para quando ele aguardaria Jesus retornar dessa vez. Miller deu uma reposta que deve motivar cada cristão. Ele respondeu: “Eu esperarei para hoje, hoje e hoje até que ele venha”.

É assim que Jesus quer que o esperemos. Somente uma constante noção de iminência poderá nos fazer preparar-se agora e amanhã e depois até que ele venha. Que Deus coloque em nosso coração todos os dias o desejo ardente de vê-lo face a face.

felippeamorim@hotmail.com
Twitter - @p_felippeamorim





quarta-feira, 13 de abril de 2011

Conexão Impossível

Felippe Amorim

O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável. (Pv 28:9)



Introdução



Uma das grandes diferenças entre os seres humanos e os animais é a capacidade de dialogar. Os animais até se comunicam entre si através de sons, mas dialogar é uma característica essencialmente humana. O diálogo é uma via de mão dupla, acontece entre pelo menos duas pessoas que escutam e são escutadas. Em um relacionamento saudável deve haver mutualidade. Os sentimentos, o respeito, a atenção, devem ser reciprocamente trocados.

No entanto, existem pessoas que querem ser respeitadas, mas não respeitam, querem ser ouvidas, mas não ouvem. Querem ser amadas, mas não amam. Muitas vezes agimos assim com Deus. Exigimos que Deus nos ouça, mas nos recusamos a ouvir a Deus. Provérbios 28:9 apresenta um grupo de pessoas que buscam serem ouvidas por Deus, mas se recusam a ouvi-lo.


Que mensagem dura! É isso mesmo?



Quando me deparei com este verso pela primeira vez, fiquei pensativo por algum tempo me perguntando: será que é isso mesmo que Deus queria dizer? Esta é uma mensagem muito dura, Deus realmente pensa assim? Será que o tradutor não se equivocou ao traduzir este verso do original?

Para sanar minhas inquietações, resolvi pesquisar um pouco mais a fundo este verso. Descobri, por exemplo, que o verbo ouvir também poderia ser traduzido como obedecer ou guardar (2 Sm 18:12 é um caso desses). A palavra lei (Torah) é uma referência à toda a Bíblia que eles tinham na época, ou seja, o Pentateuco. Portanto, ela também inclui Êxodo 20, ou seja, a lei moral de Deus, os dez mandamentos. Outra tradução possível para a palavra “abominável” seria “detestável”, o que torna a expressão ainda mais séria. Finalmente fui buscar outras traduções para comparar a versão que eu havia lido (ARA) com outras possibilidades. Todas as versões que eu consultei (NVI, Almeida sec. XXI, BV, NTLH, ARC, NKJV, BJ) concordam entre si em relação à tradução deste verso.

A única coisa que podemos concluir, portanto, é que Deus realmente quis dizer o que está escrito em nossa Bíblia. Contudo, vamos analisar um pouco mais este verso.



De quem o verso fala?



O verso deixa transparecer algumas características que nos ajudam a identificar a quem ele se refere. Duas características se destacam. A primeira é que as pessoas descritas nesse verso recusam ouvir (obedecer, guardar) a lei. Isso significa que essas pessoas conhecem a lei de Deus, conhecem a palavra de Deus, mas voluntariamente se recusam a obedecer.

Uma segunda característica que podemos observar é que estas pessoas de provérbio 28:9 oram a Deus. São pessoas religiosas, que frequentam uma igreja, que professam um credo. Essas pessoas dizem que servem a Deus, mas querem servir do seu jeito, sem compromisso real com as ordens do Senhor.

É importante também destacarmos a quem o verso não está se referindo. O texto

não se refere a quem é ignorante em relação às leis da Bíblia. Deus não cobrará de quem não conhece (At 17:13).



O que tudo isso significa?



A aplicação deste texto deve nos fazer refletir profundamente a respeito da nossa vida cristã. A rebelião impede o contato com Deus. Rebelião é colocar-se conscientemente contra uma clara ordem Divina.

A palavra de Deus nos revela várias leis para as quais devemos dar toda atenção. A Lei moral é, sem dúvida, a mais importante delas. Todos os dez mandamentos, inclusive o sábado, devem ser alvo de nossa atenção e obediência. Encontramos outras leis de Deus em Sua palavra: a lei dos dízimos e ofertas, as leis de saúde dentre outras.

Quando estudamos os textos sagrados precisamos estar alerta aos pequenos detalhes. No texto que estamos analisando há um detalhe importante. A palavra “até” tem muito a nos dizer. Ela é uma palavra inclusiva. Não são somente as orações dos que são rebeldes que são abomináveis, qualquer manifestação em direção a Deus é abominável. Músicas, culto, pregação todas são abomináveis, ou seja, detestáveis a Deus.

O profeta Amós deu uma mensagem de Deus a pessoas que estavam em uma situação de rebeldia em relação ao Pai eterno: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembleias solenes. Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras (Am. 5:21-23). O povo ao qual Amós dirigiu estas palavras ia para a igreja, fazia sacrifícios, cantavam bonitas músicas, mas, eram voluntariamente desobedientes aos mandamentos divinos. Para Deus sua adoração era desprezível.

Através do profeta Isaías, Deus confirmou este pensamento: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir; mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça (Is. 59:1,2). Se Deus aceitasse adoração dos desobedientes, estaria aprovando a rebeldia.

Ellen White confirma estes conceitos em diversos momentos: “Deus não aceitará uma obediência voluntariosa e imperfeita. Os que presumem estar santificados, mas desviam os ouvidos de ouvir a lei, demonstram ser filhos da desobediência, cujo coração carnal não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”. (Mensagens Escolhidas V.3. p.199)

Comentando a primeira mensagem angélica ela escreveu: “Pelo primeiro anjo os homens são chamados a temer a Deus e dar-Lhe glória, e adorá-Lo como o Criador do céu e da Terra. A fim de fazer isto devem obedecer à Sua lei. Diz Salomão: "Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem." Ecl. 12:13. Sem a obediência a Seus mandamentos nenhum culto pode ser agradável a Deus. "Este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos." "O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável." I João 5:3; Prov. 28:9.( O Grande Conflito, págs. 435 e 436).

Completando este pensamento, ainda lemos: “Não bastava que a arca e o santuário estivessem no meio de Israel. Não bastava que os sacerdotes oferecessem sacrifícios, e que o povo fosse chamado filhos de Deus. O Senhor não toma em consideração o pedido daqueles que acariciam a iniquidade no coração; está escrito que "o que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável". Prov. 28:9 (Patriarcas e Profetas, 584).

Conclusão



A mensagem contida em Provérbios 28:9 é muito importante e profunda. Deus não considera as orações daqueles que voluntariamente O desobedecem. O culto, as músicas, por mais bem executadas que sejam, e outras formas de adoração também são rejeitados por Deus.

Há um desafio para o povo remanescente: dar uma mensagem de advertência para àqueles que necessitam mudar de vida. Não podemos ter orgulho espiritual, mas é preciso ter consciência que aqueles que conhecem e guardam a lei de Deus precisam pregar para aqueles que se rebelaram contra Deus. Eles devem aprender sobre a verdadeira adoração com quem obedece e não o contrário.

Aqueles que professam estar entre o povo remanescente, também devem analisar-se diariamente para saber se estão “ouvindo” a lei de Deus. O Senhor não levará em consideração a placa de sua igreja na hora do julgamento, naquele dia é só o ser humano e Deus.

É importante terminarmos esta reflexão destacando que há solução para todos aqueles que estão em rebelião contra Deus. João escreveu: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. (1 Jo. 1:9). A oração de arrependimento sempre será ouvida por Deus. Que possamos estar sempre atentos à voz do Senhor!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Na contramão do mundo

Felippe Amorim




Introdução



Fiquei curioso para saber quais as lutas que os jovens cristãos têm enfrentado nesses tempos em que vivemos, então resolvi fazer uma pesquisa rápida sem muito rigor científico entre alguns alunos de uma escola de Ensino Médio. Passei um questionário simples com duas perguntas. A primeira foi: Em quais áreas você tem maior dificuldade de ser fiel a Deus? A segunda pergunta foi: Para você, qual é o maior desafio de um jovem cristão hoje?

As respostas foram muito interessantes. Para a primeira pergunta 64% dos pesquisados responderam que era ouvir somente músicas cristãs, 58% disseram que têm muita dificuldade em ler a Bíblia e orar diariamente. 21% indicaram problemas com a Internet, 26% responderam que têm dificuldade em sempre falar a verdade. Algumas áreas como sexualidade e frequência aos cultos também foram indicadas, dentre outras.

Para a segunda pergunta, tivemos respostas muito significativas também. Permanecer puro, se desligar das coisas mundanas e seguir os dez mandamentos foram algumas das respostas que obtivemos.

Sem dúvida, ser cristão no mundo contemporâneo é um grande desafio e ser um jovem cristão neste contexto é mais desafiador ainda.

Sempre ouvimos que o cristão precisa andar na contramão do mundo. Vamos pensar um pouco sobre o que significa estar na contramão. Estar na contramão não é confortável, é mais fácil ir para onde todos estão indo. A contramão é um lugar perigoso com grandes possibilidades de se machucar. Não é popular estar na contramão, certamente críticas serão ouvidas. Pode haver colisões frontais. Quando andamos na contramão certamente nos encontraremos com aqueles que vêm no sentido contrário. Finalmente é necessária muita coragem para estar nesta posição. Será que Deus realmente quer que andemos na contramão do mundo e soframos tantos constrangimentos?

A contramão: um imperativo bíblico



Em Romanos 12:2 lemos: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Não se conformar é não ter a mesma forma, em outras palavras é não estar na mesma direção. Deus requer de cada cristão que ande na contramão deste mundo.

A Bíblia nos apresenta vários exemplos de pessoas que escolheram estar na contramão deste mundo. Gostaria de destacar um deles.

O profeta Daniel foi levado de sua terra natal para a Babilônia quando ainda era jovem, provavelmente aos 18 anos de idade. Aquele lugar era o maior centro cultural e político de sua época. Em Daniel 1:5 lemos: “E o rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que assim fossem alimentados por três anos; para que no fim destes pudessem estar diante do rei.” Há uma palavra que precisamos destacar deste verso, “determinou”. A “mão” do mundo para Daniel naquele momento era comer daquilo que o rei havia posto à mesa. A Bíblia registra qual foi a atitude do jovem profeta: “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se”(Dn 1:8). Daniel resolveu andar na contramão do mundo.

Se analisarmos este verso perceberemos que não foi uma decisão fácil. Dentre todos os escravos, Daniel estava numa posição privilegiada, pois foi escolhido para estudar na “Universidade da Babilônia”, a melhor do mundo. Ao decidir não estar na “mão do mundo” ele estava arriscando perder a vaga na universidade, perder status social elevado e um bom emprego. A despeito de tudo isso, o profeta dá dois passos importantes que devem ser dados por todo cristão jovem ou adulto. Ele “decide” não se contaminar, mas apenas decidir não é o suficiente, logo após ele vai para a ação, pedir ao chefe dos eunucos. Decisão e ação devem marcar a vida dos cristãos que andam na contramão do mundo.

Deus nunca desampara seus filhos. A atitude de Daniel de andar na contramão do mundo foi recompensada pelo Senhor. Em Daniel 1:15 lemos que por escolher uma dieta diferente dos demais, em dez dias pode perceber-se que ele e seus amigos eram mais robustos que os outros. Depois de três anos de estudos eles foram achados dez vezes mais inteligentes que qualquer outro estudante daquele local (Dn 1:20).



Andar na contramão – A Prática



Aquele episódio pelo qual Daniel e seus três amigos passaram estava diretamente ligado a um importante aspecto do cristianismo, a alimentação. Mas dele podemos retirar um principio útil para qualquer aspecto da vida cristã. Todo cristão precisa andar no caminho de Deus e este é a contramão do mundo.

Na prática funciona assim:

A Mão do mundo diz: sexo livre. A contramão diz: sexo apenas no casamento.

A Mão do mundo diz: pornografia. A contramão diz: pureza da mente.

A Mão do mundo diz: perca tempo com futilidades. A contramão diz: Dedique tempo à Bíblia e oração.

A Mão do mundo diz: desrespeite os pais. A contramão diz: honra teu pai e tua mãe.

A Mão do mundo diz: cole na prova. A contramão diz: tire nota baixa, mas não cole.

A mão do mundo sempre leva à perdição, somente a contramão do mundo pode nos levar ao céu.



Qual o segredo?



É possível que nesse momento alguns estejam pensando: Sei que preciso estar na contramão do mundo, mas não tenho forças, como conseguirei?

Ellen White escreveu sobre Daniel: “O profeta Daniel tinha um caráter notável. Ele foi brilhante exemplo daquilo que os homens podem chegar a ser quando unidos com o Deus da sabedoria” (Santificação, 18). O Salmo 119: 9-11 diz: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra. De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”.

Não existe fórmula mágica para a fidelidade. Apenas a união com Jesus pode nos dar forças para resistirmos às ondas deste mundo. Somente Cristo pode nos indicar o caminho. “Quando te desviares para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: este é o caminho, andai por ele” (Is. 30:21). Necessitamos com urgência ter mais intimidade com Deus para ouvirmos sua voz e só então podermos andar na contramão do mundo.