sábado, 10 de janeiro de 2015


Este vídeo retrata um Jesus bem aproximado do que eu quero para mim... Jesus precisa ser nosso amigo de todas as horas ...
Sabedoria e Conhecimento

O temor do Senhor  é o princípio do saber,
 mas os loucos  desprezam a sabedoria e o ensino.(Pv. 1:7 - ARA)


Embora não tenha sido Salomão o escritor de todos os versos do livro de Provérbios, ele sempre é o mais lembrado porque foi quem escreveu o maior número deles.
Logo na apresentação do livro percebemos que o filho de Davi pretende nos dizer de onde vem toda a sabedoria contida em cada linha escrita nos Provérbios.
É interessante que a palavra usada pelo sábio não é inteligência, mas sabedoria. Existe muita gente neste pleneta que é muito inteligente, ou seja, tem uma boa capacidade de lidar com a lógica, de aprender fórmulas matemáticas, de articular conceitos filosóficos, porém, é mais raro encontrarmos pessoas sábias. Sabedoria é uma característica que não se adiquire nos bancos de uma escola ou faculdade. Há muita gente inteligente tomando decisões erradas por falta de sabedoria.
Salomão não despreza a inteligência, pelo contrário, ele incentiva a todos a “entender as palavras de inteligência” (Pv. 1:2). O que precisamos entender é que primeiro precisamos buscar o mais importante, a sabedoria.   
O nosso Provérbio de hoje nos diz que para ser sábio é preciso primeiro temer a Deus. Somente em um relacionamento íntimo com o Criador poderemos adiquirir a capacidade de aplicar os nossos conhecimentos de tal forma que colhamos vida eterna vinda de Jesus.
Por isso, precisamos gastar mais tempo com Jesus aprendendo de sua sabedoria e o início do ano é uma excelente data para fazer um compromisso de investir mais tempo da vida na comunhão com Deus.

Que tal neste novo ano ser amigo íntimo de Jesus para receber dEle sabedoria e uma boa capacidade intelectual? Ore agora pedindo isso.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014


Ensinar x Praticar

Felippe Amorim


O Brasil tem três períodos políticos bastante distintos em sua história. A colônia, O império e a república. Durante o período colonial do Brasil, especialmente no século XVIII muito ouro foi extraído do solo. E cada grama desse ouro deveria passar pela revista da coroa portuguesa e pagar os seus devidos impostos.
Algumas pessoas, no entanto, davam um jeito de burlar os impostos e transportar o ouro sem deixar nada nos cofres portugueses. Uma dessas formas gerou uma frase muito usada ainda hoje no Brasil: O santo do pau oco.
Essa frase foi gerada por causa do contrabando de ouro e pedras preciosas que se fazia usando imagens de madeira de santos da igreja católica. Como o Brasil era oficialmente católico, ninguém se atrevia a revistar uma estátua de um santo. Se aproveitando disso, os contrabandistas fabricavam imagens ocas de santos, com uma abertura embaixo. Eles enchiam a imagem com ouro e pedras preciosas, fecharam o orifício e passavam tranquilamente na fiscalização.
Embora aquela imagem exteriormente parecesse um santo, na verdade era apenas uma embalagem para contrabandear ouro. Era um santo falso, ou, um santo do pau oco. Por fora havia santidade, mas por dentro havia roubo. Havia uma tremenda incoerência entre a mensagem da imagem e a sua real utilidade.
Há um texto na Bíblia que me vem à mente quando eu penso nessa história. Leia: Então, Jesus disse à multidão e aos seus discípulos: "Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam (Mateus 23:1-3).
Este ano comecei meu ano Bíblico pelo Novo Testamento. Portanto, logo passei pelo texto que acabei de citar e desde então ele não sai da minha mente. Todas as vezes que entro em contato com os membros da igreja na qual sou pastor, penso se eu não estou me comportando como aqueles fariseus dos tempos de Cristo. Penso se não estou incoerente entre o que prego e o que faço.

  
Quem eram os fariseus?

Hoje a imagem dos fariseus está bastante manchada. No contexto da igreja, chamar alguém de fariseu é querer ofender esta pessoa. Mas nos tempos de Jesus não era assim.
Nos tempos de Cristo os fariseus faziam parte de uma classe muito prestigiada. Seria orgulho para uma mãe ter um filho fariseu e qualquer pai gostaria que sua filha se casasse com um deles.
Eles eram líderes espirituais e tinham muita influência política na sociedade em que viviam. A própria palavra fariseu significa OS SEPARADOS, (Joachim Jeremias - Jerusalém no tempo de Jesus, 333 – Academia Cristã), eles eram uma classe muito especial e respeitada onde viviam.
Jesus mesmo reconheceu a posição social e religiosa privilegiada em que eles se encontravam. No texto bíblico que citei no início Jesus diz que: Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Isso significa que eles ocupavam a posição de Moisés como expositores da lei. Eles eram profundos conhecedores dos escritos de Moisés. Porém, todo esse conhecimento não os salvou de incorrerem em um erro fatal.

O problema com os Fariseus

A frase inicial de Jesus que ressaltava a posição eclesiástica dos fariseus e seu conhecimento da letra da lei era apenas uma introdução para uma advertência e repreensão que Cristo queria fazer. Ele continuou: Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem.
É lógico que o povo deveria obedece-los somente se o que eles falassem estivesse de acordo com a cadeira de Moisés. Jesus não apoiou nenhum dos acréscimos que eles fizeram às palavras do pentateuco, estas coisas só tornavam a religião cada vez mais pesada. O povo devia obedecer ao que estava de acordo com as Escrituras.
Jesus, então, lança a advertência: Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Aqui está o centro do problema dos fariseus. Existia na vida deles uma distância considerável entre ensinar e praticar. Eles eram bons no falar, sabiam os mandamentos decorados, as normas de conduta, mas não praticavam as coisas que falavam.
Podemos resumir o problema dos fariseus em uma palavra: incoerência. O pior é que a incoerência deles estava desviando o povo dos caminhos corretos.
Certa vez ouvi uma frase que me fez pensar e resolvi memoriza-la: O que você faz é tão barulhento que não consigo ouvir o que você diz. Essa frase poderia muito bem ser dita aos fariseus, pois, as ações deles colocavam uma penumbra sobre as palavras deles.  O problema é que temos a possibilidade de repetir o erro dos fariseus hoje.

Os líderes de hoje

Quem seriam os correspondentes aos fariseus e doutores da lei hoje? Esta é uma pergunta cuja resposta é importante para nossa reflexão. É lógico que não podemos fazer uma transposição perfeita das funções dos fariseus para alguma função eclesiástica atual, mas, analogamente os fariseus corresponderiam hoje à liderança da igreja: pastores, anciãos, diretores de grupos, etc.
Há muita semelhança entre esses grupos e os fariseus. Esses grupos são aqueles que conhecem mais a Bíblia (ou deveriam), são aqueles que constantemente pregam coisas verdadeiras e importantes nos púlpitos das igrejas. Eu, enquanto pastor, me sinto incluído neste grupo, mais ainda, sinto a responsabilidade de não incorrer no erro dos fariseus.
Por isso, há muito tempo tenho meditado no texto bíblico que deu origem a esta reflexão. Tenho me perguntado constantemente: tenho vivido aquilo que prego? Sou um bom representante da palavra de Deus?
Vou falar para você alguns temas que têm sido geradores de sermões para mim e que estão me fazendo pensar. Eu tenho pregado sobre modéstia cristã, e, baseado no texto de Mateus, eu tenho me perguntado: tenho vivido a modéstia cristã em meu dia a dia? As roupas que minha família veste têm sido coerentes com a minha pregação? As minhas ambições por carros, relógios e outros objetos têm sido compatíveis com minha pregação?
Outro tema bíblico que tenho pregado é sobre a prioridade da família. E por isso, me pergunto: Tenho colocado minha família em segundo lugar em minha vida, somente atrás de Deus? Tenho colocado meu trabalho, sucesso, fama à frente da minha família? Tenho dado a importância real que ela merece?
Eu também prego sobre o corpo como templo do Espírito Santo. Sou pastor de uma igreja com muitos jovens e sempre falo para eles que precisam cuidar da saúde e que isso tem tudo a ver com espiritualidade. Por isso tenho me perguntado: Tenho vivido a mensagem de saúde? Tenho comido o que Deus espera que eu coma e deixado de comer o que Deus espera que eu deixe? Tenho bebido o que Deus espera que eu beba e deixado de beber o que Deus espera que eu deixe? Tenho praticado exercícios físicos regularmente?
Tenho falado para minha igreja que ela deve participar da pregação do evangelho. Mas eu tenho pelo menos uma pessoa a quem eu, com pastor, dou estudos bíblicos? Tenho feito a minha parte fora da igreja?
A coerência entre o que eu falo e o que eu vivo tem sido vista em minha vida? Ellen White nos adverte: Não importa quão zelosamente seja advogada a verdade, se a vida diária não testemunhar de seu poder santificador, as palavras faladas de nada aproveitarão. Uma conduta incoerente endurece o coração e estreita o espírito do obreiro, colocando também pedras de tropeço no caminho daqueles por quem ele trabalha (Obreiros Evangélicos, 144).
Um bom lugar para avaliarmos a nossa coerência é dentro de casa. Ellen White continua: É o desígnio de Deus que, em sua vida doméstica, o mestre da Bíblia seja um exemplo das verdades que ensina. O que um homem é, exerce maior influência do que o que diz. A piedade na vida diária dará força ao testemunho público. A paciência, a coerência e o amor impressionarão os corações que os sermões não conseguem alcançar (Obreiros Evangélicos, 204). Devemos ao invés de apenas pregar sermões, devemos SER sermões ambulantes. Devemos ser vidas que pregam.
O maior exemplo de coerência é, sem dúvida, o Senhor Jesus. Ele viveu tudo o que pregou e pregou em cada passo que deu nesse planeta. Acompanhe o texto inspirado: Toda a vida do Salvador caracterizou-se pela desinteressada beneficência e a beleza da santidade. É Ele nosso modelo de bondade. Desde o princípio de Seu ministério, começaram os homens a compreender mais claramente o caráter de Deus. Ele realizava na própria vida o que ensinava. Manifestava coerência sem obstinação, benevolência sem fraqueza, ternura e compassividade sem sentimentalismo. Era altamente sociável, possuía, no entanto, uma reserva que desanimava qualquer familiaridade. Sua temperança nunca descambava para o fanatismo ou a austeridade. Não Se conformava com o mundo, e, todavia, estava atento às necessidades dos mais humildes entre os homens. (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, 262).
Deus espera de todos os seus filhos coerência entre o falar e o agir, assim pregaremos em todos os momentos da nossa vida, calados ou falando, na igreja ou no trabalho e o evangelho vai avançar com muito mais força e Jesus voltará muito mais rápido. Eu buscarei coerência para minha vida, busque você também. Vivamos de tal forma que Deus possa falar de nós: faça o que ele diz e também pode fazer o que ele faz. Que Deus nos dê sua graça para alcançarmos esse ideal.




terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Com o foco no lugar certo

Felippe Amorim
                                              
Não gosto muito de despedidas. Geralmente são momentos tristes. Como pastor, já tive que me despedir algumas vezes de pessoas queridas. Não é fácil!
Em momentos de despedidas geralmente são faladas algumas palavras de carinho para quem vai e para quem fica. Geralmente, o discurso de despedida é composto de palavras bem escolhidas e de conselhos importantes.
Jesus também teve que se despedir dos seus amigos. Gostaria de destacar um momento de despedida de dEle. Está registrado assim: E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. (Atos 1:9).
Os discípulos tinham vivido três anos inesquecíveis com Cristo. Foram momentos de muita emoção. Tiveram medo quando o barco estava para afundar, ficaram assustados com Jesus andando sobre o mar. Tiveram momentos de felicidade quando Jesus multiplicou os pães. Viveram momentos de repreensão quando ouviram de Jesus: deixai vir as crianças. Foram muitos momentos emocionantes.
Nenhum, no entanto, se igualava àquele momento da despedida. Jesus separou ensinos importantes para aquele derradeiro momento juntos.

Consertando o foco

Os discípulos estavam preocupados com a coisa errada. Diz a Bíblia: Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? (Atos 1:6).
Os discípulos ainda estavam preocupados com o reino terrestre. Infelizmente, não haviam ainda compreendido completamente a natureza do Reino de Deus. Estavam com foco errado. Pensavam no evento errado e preocuparam-se demais com o tempo.
Nós muitas vezes também temos o foco errado. Por exemplo, colocamos o foco no pecado, não na comunhão com Deus que nos ajuda a não pecar. Colocamos o foco nos problemas do amanhã, não na busca diária da presença de Deus (Mt. 6:33). Focamos mais as coisas, e esquecemos as pessoas. Essas coisas são comuns entre os seres humanos.
Jesus como sempre faz tudo para nos ajudar e não foi diferente com os discípulos naquele momento. Jesus respondeu: E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder (At. 1:7).
Os discípulos perguntaram sobre o tempo e Jesus deu uma resposta que poderia ser dita de outra forma: Não interessa. Em outras palavras era isso que o Senhor estava dizendo. Há coisas que são exclusividade de Deus, o tempo é uma delas.
Muitas pessoas vivem se preocupando com o dia da volta de Jesus. Alguns se excedem e até arriscam um cálculo. Há algum tempo entrei em contato com uma senhora que anunciava um cálculo para o dia da volte de Jesus. Segundo ela, Jesus voltaria no ano 2050. Não tive muito interesse em saber como ela chegou àquela data. O que sei é que, embora afirmasse que usou a Bíblia nos seus estudos, ela pulou o texto de Atos 1:7 na sua leitura bíblica. Neste verso Jesus é bastante claro quanto à questão de datas. Nunca deu certo marcar datas para a volta de Jesus. Ao longo da história muitas pessoas se decepcionaram ao fazê-lo. Jesus, no entanto, não deixou os discípulos sem rumo. Após indicar o erro, o Senhor também indicou o caminho que eles deviam seguir. O foco não poderia estar na data.

Onde deve estar o foco

            Atos 1:8 começa com a partícula adversativa MAS, indicando que o que será falado é uma ideia contrária ao que vinha sendo falado.
A primeira ideia contrária à preocupação com a data é: recebereis poder. Poder aqui é a tradução da palavra grega Dínamus. A mesma raiz da palavra dinamite. O poder que Jesus nos oferece é um poder que abala as estruturas espirituais do planeta. Precisamos colocar nossa preocupação em sermos cristãos fortes. Mas de onde vem esta força? Quando recebermos este poder?
O texto responde: Quando descer sobre vós o Espírito Santo. O foco do cristão deve estar na busca do Espírito Santo. Tem muita gente tão preocupado com a data da volta de Jesus que se esquece da preparação. A preparação está intimamente ligada à busca do batismo do Espírito Santo.
`Cristo declara que nosso Pai celestial está mais disposto a conceder o Espírito Santo àqueles que O pedirem, do que os pais terrestres a dar presentes aos seus filhos` (Review and Herald, 26 de agosto de 1890).
A Bíblia nos apresenta algumas condições para sermos batizados com o Espírito Santo. É importante que as conheçamos. Acompanhe:

1 - Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. (Atos 1:14)
A Oração é um requisito básico para quem quer ser batizado pelo Espírito Santo. Precisamos orar mais e melhor.

2 - Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. (Atos 2:1)
A unidade é outro requisito básico para quem quer receber o batismo do Espírito Santo. Deus não dará esta bênção para um povo desunido.

3 - Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? (1 Coríntios 6:19).
            Considerando que o corpo é o templo do Espírito Santo, não poderemos receber esta bênção a menos que nosso corpo esteja saudável o suficiente para recebê-la. A reforma de saúde é pré-requisito para o batismo do Espírito Santo.

4 - Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus. (Atos 4:31)
            A disposição para anunciar as boas novas de salvação é outro requisito para receber o batismo do Espírito Santo. A pregação do evangelho está ligada intimamente ao Espírito Santo.

O efeito do Espírito Santo

            Algumas pessoas confundem o batismo do Espírito Santo com gritaria, êxtase e confusão de línguas, mas não é isso que a Bíblia apresenta. Os efeitos são outros. Atos nos diz que ao recebermos o Espírito Santo: Sereis minhas testemunhas.
Deus não precisa de defesa, não precisa de advogados, Deus quer que sejamos testemunhas. O maior sinal de batismo do Espírito Santo é a vontade de testemunhar. E o que é uma testemunha? Testemunha é alguém que fala do que viu. Portanto, ser testemunha de Jesus é falar dEle. E, claro, precisamos vê-lo todos os dias através das escrituras sagradas para sermos fieis testemunhas.
Aonde devemos ser testemunhas? Primeiro em Jerusalém. Jerusalém era a casa dos discípulos. Este é o lugar mais difícil de ser um cristão. Em casa não usamos máscaras. O cônjuge e os filhos é quem sabe realmente quem somos. O lugar mais difícil do mundo de ser um cristão é em casa. Se não somos cristãos em casa, não adiante sermos em outros lugares.
O próximo lugar a ser uma testemunha é na Judeia e Samaria, ou seja, na vizinhança e, então, até os confins da Terra.
Está claro que o foco dos cristãos não deve estar na data em que Jesus voltará, deve estar na consagração pessoal e na pregação do evangelho.

Decidindo mudar o foco

            Faz alguns meses perdi tragicamente um amigo. Viajando em uma das rodovias brasileiras, seu carro colidiu com outro veículo e ele teve morte imediata. Fiquei pensando sobre a brevidade e a fragilidade da vida.
Tenho plena esperança de que meu amigo dormiu no Senhor. Ele tinha muita preocupação com a consagração pessoal e a pregação do evangelho. Ele estava com o foco no lugar certo.

Talvez seja a hora de você também corrigir seu foco espiritual. Não coloque seu foco nas coisas matérias, não coloque o foco na data da volta de Cristo. Ponha seu foco na busca pelo Espírito Santo e na missão que Deus nos deu. Assim, no dia da volta de Jesus, você estará preparado para passar a eternidade com o Senhor.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013



Inexperiência Superada
 Pr. Felippe Amorim
Graduado em teologia pelo SALT-IAENE
Pós-graduado em docência universitária
Pastor do IAESC - ANC


Quando eu estava no terceiro ano da faculdade de teologia, tive aulas com um grande professor. Ele era um exemplo para todos os alunos, gostávamos de ouvi-lo. Um dia ele nos contou um pouco do início do seu ministério.
Ele enfrentou algumas dificuldades nos primeiros anos de ministério.  Por ter chegado muito jovem no distrito acabou ouvindo frases preconceituosas como a de um ancião que falou: O que esse menino tem a nos ensinar?
O professor nos contou que aquela frase ao invés de coloca-lo para baixo, o motivou a se preparar melhor ainda para ganhar o respeito dos irmãos. No final do período em que esteve naquele distrito, depois de muita dedicação aos estudos, visitas e orações, ele foi homenageado e reconhecido como um dos melhores pastores que já haviam passado por ali. A dificuldade com a idade foi superada pela aplicação ao trabalho.
Muitos jovens pastores (tanto na idade quanto no tempo de ministério) têm enfrentado problemas parecidos. Por chegarem muito inexperientes nas igrejas são recebidos com muito receio pelos líderes. Timóteo sofreu isso e Paulo o ensinou a superar essa dificuldade.
Paulo escreveu: Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Timóteo 4:12-16).
Timóteo não era um adolescente, ele já servia a Paulo como assistente fazia uns quinze anos. A questão é que, na cultura da época, qualquer pessoa em idade de serviço militar (até quarenta anos) era considerada jovem demais para o ministério. Os Cânones apostólicos, inclusive, estabeleciam que ninguém poderia ser bispo antes dos cinquenta anos. Timóteo, portanto, sentiu na pele o que muitos jovens ministros sentem hoje, uma resistência por parte do mais velhos. Os conselhos de Paulo, porém, o ajudaram a superar esta fase.

Desafio para os jovens ministros


É natural que a igreja olhe com desconfiança para um pastor inexperiente. O pastor deve aconselhar, deve ensinar e, quando necessário, repreender e os jovens de hoje, de maneira geral, não cumprem esse papel com tanta facilidade.
Existe um agravante. Pessoas mais velhas, às vezes, não aceitam ser ensinadas ou repreendidas por jovens. Alguns não aceitam e permanecem em silêncio e outros partem para as críticas. Paulo ensinou que Timóteo deveria silenciar as críticas com sua conduta. A Bíblia NVI traduz assim o início do conselho: Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem (1 Timóteo 4:12). O jovem pastor pode ser respeitado, mas há uma parte dele nesse processo. Por isso, vale a pena prestarmos atenção aos sete conselhos de Paulo a Timóteo.

1 - Seja um exemplo

            A primeira atitude do pastor que quer ser respeitado (seja ele experiente ou não) é tornar-se padrão dos fieis. Paulo está falando de exemplo. Certa vez li uma frase que dizia: Palavras convencem, exemplos arrastam. Um bom exemplo é um dos mais fortes argumentos, por isso os pastores inexperientes devem ensinar pelo que falam, mas, principalmente, pelo que fazem.
O jovem pastor não consegue ser um exemplo de experiência, mas, tem toda possibilidade de ser um exemplo em outras áreas e o texto bíblico as expõe. A primeira é na palavra. O jovem precisa se preocupar com o seu modo de falar, com a linguagem que usa. Embora seja novo, não precisa ter uma linguagem carregada de gírias e expressões que o caracterize mais como um qualquer e menos como um pastor. É lógico que não estou dizendo que uma linguagem rebuscada vai fazer que alguém seja respeitado, mas é preciso que o jovem pastor seja coerente em sua linguagem no púlpito e fora dele.
A segunda área em que ele deve ser um exemplo é no procedimento, ou seja, no seu modo de viver. Sua família deve dar exemplo e seus procedimentos na igreja também devem ser exemplares. Para os jovens pastores a consulta constante do manual da igreja, por exemplo, ajudará muito nos procedimentos administrativos e a oração ajudará muito nos procedimentos cotidianos do trabalho.
A próxima área apresentada por Paulo na qual o pastor deve ser um padrão é no amor. Tenho um amigo pastor que gosta de dizer a seguinte frase: Nada resiste ao amor. Isso é uma verdade. Paulo alertou sobre isso. Nesse texto ele fala do amor ágape, o amor incondicional. Só quem tem esse tipo de amor por Deus e pelo ministério consegue superar as críticas e dificuldades que aparecerão e foi assim que Timóteo superou a crítica dos mais velhos. Os jovens pastores que seguirem este caminho também poderão superar.
A terceira área em que o jovem ministro deve ser padrão é na fé. Essa fé é a indestrutível fidelidade a Deus, custe o que custar. Os jovens pastores precisam manter a fé mesmo quando estão sendo criticados como Timóteo.
Paulo fala ainda que devem ser padrão na pureza. Nesse texto devemos entender pureza como o cumprimento cuidadoso das questões religiosas. Quando Plínio informava a Trajano a respeito dos cristãos em Bitínia, escreveu-lhe: "Costumam não jurar, não cometer furtos, nem roubos, nem adultério; não faltar a sua palavra; não negar uma promessa que se têm feito quando são chamados a responder por ela". Esse tipo de pureza faz com que pessoas de qualquer idade respeitem o ministro de qualquer idade.

2 - Aplica-te à leitura

            O segundo conselho diz respeito à leitura. Originalmente esse conselho trata da Bíblia e de sua leitura pública feita costumeiramente nas igrejas da época de Paulo. Ele está enfatizando a importância de que a Palavra de Deus seja a fonte do assunto do culto. As pessoas vão à igreja para ouvir a Bíblia não a opinião do pastor. Ser especialista em Bíblia dará autoridade ao jovem pastor.
            Podemos, no entanto, aplicar este conselho a outras leituras. Quero amplia-lo dizendo que os pastores precisam ser homens de leitura. Outros livros precisam ser degustados pelos pregadores.

Os pastores devem dedicar tempo à leitura, ao estudo, a meditar e orar. Devem enriquecer o espírito com conhecimentos úteis, aprendendo de cor porções das Escrituras, traçando o cumprimento das profecias, e aprendendo as lições que Cristo deu a Seus discípulos. Levai um livro convosco para ler enquanto viajais de ônibus, ou esperais na estação da estrada de ferro. Empregai todo momento vago em fazer alguma coisa. Assim fechar-se-á, a milhares de tentações, uma porta eficaz. (Obreiros Evangélicos, 279)

A leitura de bons livros ajudará o jovem pastor (e os mais experientes também) a terem mais conteúdo nos sermões, a escreverem melhor e, inclusive, a falarem melhor. É a partir da leitura que terão argumentos sobre assuntos que os mais velhos já conhecem por causa dos anos que viveram a mais.

3 - Exortação

Outra prática que ajudará jovens pastores a serem respeitados por suas igrejas é a exortação. Exortar nesse texto tem o sentido de confortar, incentivar, admoestar. Ou seja, Paulo está falando do que conhecemos hoje como aconselhamento pastoral.
É preciso que o pastor esteja próximo de suas ovelhas e a visitação é um excelente método para que isso aconteça. A visitação vai ajudar os membros mais velhos a conhecerem o pastor e, consequentemente, irão respeita-lo por isso. Mesmo que a visita seja para repreender deve ser feita sem medo. A juventude não deve impedir que o ministro repreenda quem está errado. É preciso, no entanto, ter coragem de fazer isso no púlpito e nas casas. Nesse ponto muitos terão que brigar consigo mesmo para evitar a busca pela popularidade e manter-se concentrado no seu trabalho e na vontade de Deus.

4 – Ensino

O ensino é um dos dons do Espírito listados em 1 Co. 12:28. Isso quer dizer que essa característica, de forma especial, será colocada no pastor quando ele está em comunhão com Deus. Mais do que conhecimento é preciso dedicar tempo para estar mais perto do Senhor.
Depois de estar preparado espiritualmente para exercer a função do ensino é preciso estar intelectualmente preparado para isso. O jovem pastor que pregar sermões com um conteúdo significativo ganhará o respeito de todos. Como diz o comentarista bíblico: Em nenhuma Igreja pode existir uma fé duradoura sem um pregador que ensine (Barcley). Além de ensinar na igreja, o pastor deve ensinar nas casas e também ensinar com o exemplo.

5 - Não ser negligente com o dom

Ser pastor é mais que uma escolha pessoal, é uma escolha de Deus. Por isso precisamos honrar o chamado que recebemos. Fazer valer cada centavo que a igreja investe no ministério. Os jovens ministros devem trabalhar aproveitando a força e a disposição do início do ministério.
Infelizmente, alguns pastores, perdem a noção de que o nosso patrão não é o presidente da associação ou união, prestamos conta do nosso trabalho para Deus e ele está todo o tempo do nosso lado para nos ajudar, mas também, presenciando os momentos em que deveríamos trabalhar, mas acabamos nos ocupando com coisas supérfluas. Ser responsável com o dom que recebeu de Deus ajudará os jovens pastores a ganharem o respeito da igreja.

6 - Meditação e diligência

Esse dois conselhos abrangem os aspectos internos e externos enfatizando o  equilíbrio que deve haver na vida do ministro. Meditação é algo interno, mas a diligência aparece no dia a dia.
 Meditar é ponderar, gastar tempo planejando, gastar tempo orando. Meditar é pensar. Isso parece simples e óbvio, mas, às vezes, o pastor entra em um ritmo tão frenético (os pastores iniciantes podem acabar entrando nesse ritmo por acharem que se não tiverem um número impressionante de batismo serão mal vistos pela associação) que não separam tempo para pensar.
O teólogo Barcley diz que: `O grande perigo do líder cristão é a preguiça intelectual e a mente fechada. O perigo de que se esqueça de estudar e permita que seu pensamento corra por caminhos gastos. O perigo de que nunca saia da órbita de um número limitado de ideias favoritas. O perigo de que as novas verdades, os novos métodos, o intento de reafirmar a fé em termos contemporâneos simplesmente o irritem e chateiem. O líder cristão deve ser um pensador cristão, ou fracassará em sua tarefa; e ser um pensador cristão é ser um aventureiro do pensamento durante toda a vida`.
Diligência diz respeito a aplicação que se tem no trabalho. Não trabalhamos para homens, repito, e devemos lembrar que o cristianismo é a verdade em ação, por isso, os pastores devem estar em constante ação.

7 - Ter cuidado de si mesmo e da doutrina

A sequência que é apresentada nesse conselho é importante. Primeiro o pastor deve cuidar de si mesmo. Deve cuidar de sua vida espiritual, deve cuidar de sua família e deve cuidar de sua saúde.
Uma das maiores tentações do pastor é estudar a Bíblia apenas para fazer sermões. Os pastores precisam estar alimentados para depois oferecer comida para as suas ovelhas. Também não será produtivo cuidar da família dos outros e esquecer-se da sua própria família. Uma família bem estruturada levará muitos a respeitarem mais o jovem pastor.
Cuidar da saúde também é muito importante. Tenho um colega que trabalhou tanto no primeiro ano de ministério que adoeceu gravemente e chegou a correr risco de morte. O diagnóstico do médico em relação à sua doença foi esgotamento físico. Sem saúde o pastor jovem não conseguirá alcançar o respeito necessário de sua igreja. O Lazer é uma parte importante do ministério.
Depois que o pastor cuidou de si, então ele pode cuidar da doutrina. Deve ter zelo pelos princípios, respeito às normas locais e, mais que isso, ser um promotor das doutrinas bíblicas, pregando-as no púlpito.


 Promessas para jovens pastores


            Se os jovens pastores seguirem os conselhos do experiente apóstolo Paulo, não enfrentarão, por muito tempo, críticas por causa da sua idade. Logo os mais velhos da igreja começarão a respeita-lo sem mais darem importância à sua data de nascimento.

O texto de Paulo tem algumas promessas que poderíamos também chamar de consequências para aqueles que aplicarem na vida os seus sete conselhos. Paulo garante, em nome de Jesus, que o progresso do jovem pastor será manifestado a todos (v. 15) e também que o ministro salvará a si mesmo e aos seus ouvintes (v. 16). Seguir os conselhos Bíblicos é segurança para os jovens pastores, para sua família e para a igreja. Assim como Timóteo, os pastores jovens que seguirem os conselhos de Paulo terão muito sucesso no trabalho e o respeito de todos em sua igreja.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Como se Faz um Pastor
(publicado na Revista Ministério set-out/2013)
 Felippe Amorim

Durante os quatro anos em que estive no seminário de teologia, escutei muitas vezes a frase “fui chamado”. Eu mesmo falei isso várias vezes. Essa é uma frase comum nos seminários de Teologia.
Não há nenhum problema em pronunciar tais palavras, desde que elas sejam verdadeiras. Ser chamado por Deus para o ministério pastoral é um requisito básico para quem quer seguir este caminho, além disso, uma vida pastoral destituída de um chamado feito por Deus será triste e melancólica. O trabalho será sempre pesado e enfadonho, porque não haverá alegria no trabalho.
O grande pregador e pastor Charles Spurgeon disse certa vez: “O fato de que centenas perderam o rumo e tropeçaram num púlpito está patenteado tristemente nos ministérios infrutíferos e nas igrejas decadentes que nos cercam. Errar na vocação é terrível calamidade para o homem, e, para a igreja sobre a qual ele se impõe, seu erro envolve aflição das mais dolorosas (O chamado para o ministério. Pg. 8) Ninguém será feliz de verdade no ministério pastoral se não tiver convicção da vocação colocada dentro de si por Deus.

 O chamado dá sentido ao ministério

            Quando Cristo ascendeu ao céu, providenciou uma forma de não ficarmos desamparados aqui na Terra. Ele enviou o Consolador, o Deus Espírito Santo, o qual escolhe como distribuirá os seus dons.
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores (Ef. 4:11). O texto é claro, Deus é quem escolhe alguns para ser pastores.
Ser pastor, portanto, é mais que uma escolha, é vocação. “Ser pastor sem vocação é como ser membro professo e batizado sem conversão. Nos dois casos há um nome e nada mais” (C.H. Spurgeon. O chamado para o ministério. Pg. 9).  
Certa vez um teólogo foi indagado por um jovem sobre a sua vontade de seguir a vida ministerial e a resposta do experiente teólogo foi: “não entre no ministério se puder passar sem ele”. Há muita sabedoria nesta frase. Se no coração há mais opções além do ministério, então, pode ser que não haja uma certeza do chamado. O ministério é para quem não se vê fazendo outra coisa.
Sempre foi Deus quem chamou seus pastores. No passado encontramos alguns exemplos. O profeta Isaías foi chamado por Deus para o ministério. Antes, no entanto, de efetivamente começar a trabalhar recebeu de Deus o privilégio da visão que está relatada no capítulo seis do seu livro. É nesse contexto que encontramos o seguinte: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis (Is. 6: 8-9).
O chamado do profeta Jeremias é outro exemplo de como Deus escolhe, chama e capacita seus pastores. Ele disse para o profeta: “Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jer. 1:5). 
 Encontramos ainda o chamado do profeta Ezequiel. Deus disse para ele: “Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais têm transgredido contra mim até o dia de hoje” (Eze. 2:3). Mais uma vez encontramos Deus escolhendo e chamando alguém para pastorear o seu povo.
O próprio Deus falou pelo profeta Jeremias: “e vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência” (Jer. 3:15). Deus escolhe, conhece e capacita a todos aqueles que Ele designa para o ministério.
O pastor C.H. Spurgeon, depois de anos de experiência, estabeleceu quatro sinais da vocação ministerial com os quais ele avaliava os jovens que demostravam interesse pelo pastorado.
1        Desejo intenso e absorvente de realizar a obra
2        Aptidão para ensinar e outros atributos para o ofício do instrutor público
3        Que aconteçam algumas conversões como fruto do seu esforço
4        Que a sua pregação seja aceitável ao povo.
Certamente essas são características que estarão presentes na vida de todos aqueles que receberam o chamado de Deus. É, no entanto, a certeza do chamado que dá sentido a tudo que fazemos enquanto pastores. Deus providencia as habilidades que são necessárias.

O chamado nos lembra da responsabilidade do ministério

A Bíblia fala dos cristãos e especialmente dos pastores como embaixadores de Cristo (2 Co. 5:20). Essa figura é bastante significativa para os ministros do evangelho. Primeiro porque alguém só se torna embaixador se o convite for feito pelo governo que ele representará. Segundo, o embaixador vive no país estrangeiro como se estivesse no país de origem, inclusive o território da embaixada é considerado um pedaço do país que a embaixada representa.
Outra função atribuída aos cristãos e que se torna potencializada para os pastores é a de despenseiros (1 Co. 4:1). O despenseiro é alguém autorizado a cuidar dos bens do nomeador, uma espécie de administrador. No entanto, ninguém se nomeia despenseiro, ele sempre é nomeado. Experimente nomear-se despenseiro de um rico e começar a negociar com os bens dele. Logo descobrirão suas intensões e cortarão seus privilégios.
Tanto o embaixador, quanto o despenseiro são nomeados por Deus. Não escolheram a função, foram escolhidos. É assim com os pastores, eles foram escolhidos por Deus para representar o reino de Deus na Terra e para cuidar dos bens de Deus que são as pessoas, a igreja, sua família e o seu próprio corpo.
Receber de Deus o privilégio de atuar no ministério deve nos fazer valorizar a vida que temos. Certamente não seremos ricos, mas teremos todas as nossas necessidades supridas pela igreja de Deus. Devemos lembrar-nos de exercer com responsabilidade a função que Deus nos confiou. “A obra de Deus não deve ser malfeita ou realizada relaxadamente. Quando um pastor entra num campo, deve trabalhá-lo completamente. Ele não deve ficar satisfeito com seu êxito, enquanto não puder, mediante diligente trabalho e a bênção do Céu, apresentar ao Senhor conversos que possuam um genuíno sentimento de sua responsabilidade, e que farão a obra que lhes é designada” (Obreiros Evangélicos, 369).
A consciência do chamado de Deus deve também fazer nos preparar melhor a cada dia para a nossa função. Não podemos esquecer que o aspecto intelectual é importante, mas o primeiro aspecto dessa preparação é a parte espiritual. “Os ministros de Deus devem chegar a um íntimo companheirismo com Cristo, e seguir Seu exemplo em todas as coisas - em pureza de vida, abnegação, benevolência, diligência, perseverança” (Obreiros Evangélicos, 31).
Deus, através de sua mensageira, nos adverte ainda: “Há necessidade de homens de fé, que não somente preguem, mas ajudem ao povo. Homens que andem diariamente com Deus, que tenham viva ligação com o Céu, cujas palavras tenham o poder de levar convicção aos corações (Obreiros Evangélicos, 31).
A responsabilidade espiritual do pastor é gigantesca. “Lembrai que a falta de consagração e sabedoria de vossa parte poderá fazer pender a balança para uma alma, levando-a à morte eterna. Não vos podeis permitir descuido nem indiferença. Precisais de poder, e este, Deus está disposto a vos conceder sem restrições (Obreiros Evangélicos, 35).

O Chamado nos dá a certeza da recompensa

Deus nunca pediu nada de nós sem que nos tivesse dado algo antes. Quando Ele pede a dedicação de alguém para o ministério, Se responsabiliza pela capacitação e cuidado de todos os que se colocam em suas mãos.
Além de capacitar e de cuida, Deus também recompensa. Em um texto escrito de maneira especial para os pastores, o apóstolo Pedro faz uma promessa divina: “E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1 Pe. 5:4).
Não há dúvidas de que todos que estão no céu depois da volta de Cristo desfrutarão de uma imensa felicidade. Acredito, no entanto, que a felicidade dos pastores que lá estiverem será um tanto quanto especial. Fico imaginando os pastores recebendo muitos abraços de membros gratos por terem sido guiados no caminho certo.

Imagino ainda o Supremo Pastor Jesus Cristo fazendo mais um chamado para os seus co-pastores.  Dessa vez um chamado para contemplar o fruto de tantos anos de esforço, suor e lágrimas. Um mar de pessoas levadas a Cristo por meio de um ministro comprometido com o chamado feito por Deus. Vale a pena valorizar o chamado recebido de Deus e viver uma vida de dedicação à salvação dos outros.