Importante x
Essencial
Os pastores e membros precisam colocar suas
escolhas na ordem certa
O que você faria se
recebesse um cheque em Branco? Para responder a essa pergunta com mais firmeza
é preciso primeiro fazer outra pergunta: de quem é o cheque? Se o cheque for de
alguém com um saldo bancário pequeno, então, não adianta se empolgar muito com
a oferta.
E
se o cheque for de alguém muito rico? Se no lugar da assinatura estivesse o
nome de Bill Gates ou outro bilionário qualquer? Nesse caso o cheque seria
muito valioso e você poderia colocar valores muito altos.
Pense um pouco agora: e
se o cheque fosse assinado por Deus? Qual seria o conteúdo do seu pedido? Com
quais palavras você preencheria a oferta de “peça o que quiser” de Deus?
O Cheque em Branco de Deus.
Salomão teve a
oportunidade de receber um cheque em branco de Deus. Está registrado em II
Crônicas 1:7: “Naquela noite Deus apareceu a Salomão e perguntou: O que você
quer que eu lhe dê?” (NTLH).
Naquele momento Salomão
foi colocado entre o importante e o essencial. Na vida há coisas importantes. O
dinheiro, por exemplo, é algo importante. Sucesso no trabalho, adquirir
conhecimento, estudar muito, são coisas importantes, saúde é muito importante.
No entanto, na vida há coisas essenciais. O amor e a harmonia na família são
essenciais. Uma consciência tranquila é essencial. O mais essencial de todos,
porém, é ter intimidade com Deus, disso deriva todas as outras coisas. Diante
da proposta de Deus, Salomão poderia ter pedido coisas importantes ou coisas
essenciais.
O que Salomão poderia
ter pedido? Pense comigo. Ele era rei e, portanto, enfrentava oposição de
algumas pessoas. Ele poderia ter pedido a destruição de todos os seus inimigos,
isso era importante. Ele poderia ter pedido mais riquezas e poder ou beleza
física, essas coisas são importantes para um rei.
Mas antes de avançar no
pedido de Salomão eu parei um pouco para refletir em mim. O que eu, um pastor,
pediria? Em qual área eu me concentraria, no importante ou no essencial?
O que você pediria? Vingança?
Muito dinheiro? Fama? Posições e cargos? Infelizmente esta oferta de Deus mexeria
com o egoísmo e o desejo de exaltação de muitos. Quem sabe se eu recebesse uma
oferta dessas de Deus, colocasse para fora meus desejos de aparecer e
esquecesse de pedir o que era essencial.
O coração de Salomão
era tão humano quanto o coração dos pastores do século XXI e ele poderia ter
dado vazão aos seus desejos egoístas, mas “em seu coração não havia aspiração
egoísta de conhecimento para que se pudesse exaltar sobre outros. Ele desejava
desempenhar fielmente os deveres que lhe foram impostos, e escolheu o dom que
seria o meio de levar seu reino a glorificar a Deus. Salomão nunca foi tão rico
ou tão sábio ou tão verdadeiramente grande como quando confessou: "Não
passo de uma criança, não sei como conduzir-me". I Reis 3:7” [1].
Salomão
tinha muito clara diante de seus olhos a responsabilidade que seria liderar o
povo de Deus e por isso ele fez o pedido certo. Precisamos aprender com ele.
O melhor pedido
O pedido do filho de
Davi foi: “dá-me sabedoria e conhecimento para que eu possa governá-lo. Se não
for assim, como poderei governar este teu grande povo?” (II Cron. 1:10 - NTLH).
Podemos descobrir
algumas coisas que estavam no coração do rei através do seu pedido. Se ele
pediu sabedoria é porque ele tinha consciência que não a possuía, ele sabia que
sua posição não lhe garantia a verdadeira sabedoria. Que lição para nós,
pastores modernos! “Os que ocupam hoje posições de responsabilidade devem
procurar aprender a lição ensinada pela oração de Salomão. Quanto mais alta a
posição que um homem ocupa, quanto maior a responsabilidade que tem de levar,
mais ampla será a influência que exerce e maior sua necessidade de dependência
de Deus” [2].
Não importa quem somos
ou o que conhecemos. Não importa se somos aspirantes ou se já estamos perto da
jubilação, se trabalhamos num distrito no interior do Brasil ou se ocupamos
cargos de preeminência na organização. Para todos só há uma fonte de sabedoria:
Deus. Precisamos ter em mente que “a posição não dá santidade de caráter. É por
honrar a Deus e obedecer a Seus mandamentos que o homem se torna
verdadeiramente grande” [3].
O maior exemplo de que
posição eclesiástica não nos dá garantia de consagração e de vida santa é o que
aconteceu com Lúcifer. Ele não era pastor em uma igreja no planeta Terra, ele
era auxiliar direto de Deus no santuário celestial, trabalhava ao lado do trono
do Eterno e, mesmo assim, caiu. Receber da igreja a função pastoral não nos
garante que já somos consagrados. Precisamos, como Salomão, buscar todos os
dias o essencial.
A resposta de Deus
O
Senhor ficou feliz por Salomão fazer a escolha certa. “Deus disse a Salomão:
Visto que você pediu sabedoria e conhecimento para governar o meu povo, de quem
eu fiz você rei, em vez de pedir riquezas, bens, ou honras, ou a morte dos seus
inimigos, ou vida longa, eu
lhe darei sabedoria e conhecimento. E lhe darei também mais riquezas, bens e
honras do que qualquer outro rei teve antes de você ou terá depois (II Cron.
1:11,12 – NTLH).
Quando
priorizamos o essencial, ou seja, Deus, Ele acrescenta as coisas importantes.
Salomão começou pelo essencial. Contudo, nosso coração é tão ruim que temos que
ter cuidado para não incorrer no perigo de fazer a oração de Salomão estando
mais interessado no que Deus acrescentará do que na sabedoria propriamente
dita. Se quisermos grandes coisas na vida, temos que começar pelo essencial,
com sinceridade. O filho de Davi sabia disso e afirmava “o temor do Senhor é o
princípio da sabedoria”
(Pv. 9:10).
Onde Salomão estava?
Salomão estava diante
de uma grande responsabilidade, liderar uma grande nação. Sua responsabilidade
não era apenas política, mas, principalmente espiritual. Era o povo de Deus
quem ele guiava. Os líderes da igreja hoje têm uma responsabilidade semelhante
e por isso precisam estar onde Salomão estava.
“Então Salomão saiu do lugar de adoração que ficava
em Gibeão, onde estava a Tenda Sagrada, e voltou para Jerusalém, onde governou
o povo de Israel” (2Cr 1:13 – NTLH). O rei estava no Templo buscando a presença
de Deus. E não estava só: “E falou
Salomão a todo o Israel, aos chefes de mil e de cem, e aos juízes, e a todos os
príncipes em todo o Israel, chefes das casas paternas. E foi Salomão, e
toda a congregação com ele, ao alto que estava em Gibeão porque ali estava a
tenda da revelação de Deus, que Moisés, servo do Senhor, tinha feito no
deserto” (II Cron. 1: 2-3).
Agora é possível entender
completamente como o coração pecador de Salomão pôde optar pelo essencial
quando precisou escolher. Ele estava em íntima comunhão com Deus em Seu templo.
Apenas corações realmente consagrados a Deus podem escolher bem, caso contrário,
sempre optaremos por nossa vaidade e egoísmo. “Salomão sabia que os que levam
pesados fardos precisam buscar a Fonte de sabedoria para orientação, se desejam
desempenhar suas responsabilidades de maneira aceitável” [4]. É na presença de Deus que encontramos a
sabedoria. “O Deus que servimos não faz acepção de pessoas. Aquele que deu a Salomão
o espírito de sábio discernimento está desejoso de repartir as mesmas bênçãos a
Seus filhos hoje. "Se algum de vós tem falta de sabedoria", declara
Sua Palavra, "peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e não o lança em
rosto, e ser-lhe-á dada." Tia. 1:5” [5].
O Essencial primeiro
O
exemplo de Salomão me fez pensar em meu ministério e nos motivos do meu
coração. Parei um pouco para pensar no por que eu tenho buscado mais
conhecimento, no por que quero tanto continuar a estudar, no por que quero
preparar bons sermões. Não há nada de errado em buscar essas coisas, elas são
importantes, mas se as busco em detrimento do que é essencial, somente para
alimentar minha vaidade, então estou indo por um caminho muito perigoso.
Deus
deixou para nós um termômetro para medirmos nossa consagração. Esse é um
critério de medição individual, eu só posso avaliar a minha situação, não tenho
com avaliar a situação de outros. Preste atenção no texto a seguir, ele me fez
parar e pensar: “Por todo o tempo em que permanecer consagrado, o homem a quem
Deus dotou com discernimento e habilidade não manifestará anseios por alta
posição, nem procurará dirigir ou governar. Necessariamente os homens precisam
assumir responsabilidades; mas em vez de disputar a supremacia, aquele que é
verdadeiro líder orará por um coração entendido, a fim de poder discernir entre
o bem e o mal” [6].
A igreja precisa de pessoas em todas as
posições, mas, precisamos deixar que Deus guie as escolhas. Nossa parte é se
consagrar para exercer aquilo que Deus escolheu.
Precisamos aprender a
buscar o essencial. “Quando o que leva um fardo opressivo deseja sabedoria mais
que riquezas, poder, ou fama, não ficará desapontado. Tal pessoa aprenderá do
grande Mestre não somente o que fazer, mas como fazê-lo de maneira a alcançar a
divina aprovação”[7].
Tenho orado muito para
que Deus me ajude a ter um coração como o de Salomão naquele momento da escolha
entre o importante e o essencial. Quero
escolher sempre o essencial, a verdadeira sabedoria, lembrando que a sabedoria
é uma pessoa: “Porém Deus uniu vocês com Cristo Jesus e fez com que Cristo seja a nossa sabedoria” (I
Coríntios 1:30). Pare um pouco agora e converse com Deus a respeito dos seus
motivos, avalie com Ele se você tem escolhido o essencial primeiro, peça a Ele
que te ajude a ser consagrado e a deixar a sua vida pastoral nas mãos dEle.
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