Palavras de
Confiança
Três frases para
serem copiadas por todo cristão
Algumas pessoas deixam
marcas pelo que fazem, outros ficam marcados na história pelo que cantam, há
ainda outros que são marcados pelo que falam.
Há frases célebres que
nos fazem lembrar imediatamente do seu autor. Não tem como não vincular a frase
“I have a dream” (eu tenho um sonho) ao corajoso e determinado Martin Luter
King. Esta frase sem dúvida o marcou. Sócrates disse “Conhece-te a ti mesmo” e muitos se lembram dele por estas palavras. O
filósofo francês Voltaire cunhou uma frase repetida muitas vezes: “não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte
o direito de o dizeres”. O estadunidense Benjamin
Franklin teve suas sábias palavras projetadas na história: “Ser humilde
com os superiores é uma obrigação, com os colegas uma cortesia, com os
inferiores é uma nobreza”. Sem dúvida estas frases ajudaram a estas pessoas a entrarem para a história.
Na Bíblia encontramos muitas frases lindas. Sem
dúvida, as melhores e mais significativas frases. São as melhores talvez não
pela plástica de suas construções, mas porque são frases que envolvem salvação.
Gostaria de destacar três frases que deveriam ser motivos de meditação e cópia
para cada cristão.
Jó: “Ainda que ele me
mate, nele esperarei” (Jó 13:15 - NVI)
A história de Jó é uma
das mais lindas e significativas da Bíblia. Também uma das minhas preferidas.
Ele é descrito como alguém integro, reto, temente a Deus e que se desviava do
mal.
Sem dúvida, Jó é um
homem admirável. Um pai de família respeitado e de sucesso, pois, a Bíblia
descreve sua família unida, os seus filhos sempre se encontrando em banquetes
(v. 4).
Nos negócios ele era
muito bem sucedido, a ponto de ser descrito como o mais rico do oriente (v. 3).
Essa riqueza toda foi adquirida de forma honesta e justa. Essa é,
resumidamente, a descrição inicial de Jó no livro que leva seu nome.
Um dia, no entanto, em
um lugar muito distante da casa de Jó, seu destino foi alterado drasticamente.
Depois de desafiar a Deus, satanás conseguiu a permissão para tocar nos bens,
na família e depois na saúde de Jó.
Não sou pai, mas já vi
alguns pais perderem seus filhos para a morte e foram cenas de indescritível
dor. Imagina então alguém perder dez filhos de uma só vez. Que sofrimento! Os
bens, perto desta perda, são quase irrelevantes.
Precisamos relembrar
algumas coisas importantes. Deus não inflige o mal sobre o homem, mas se ele
permite, há um propósito. Contudo, o mal vem exclusivamente de satanás. Jó,
porém, não entendia muito bem isso naquele momento. E, sob as acusações dos
amigos de sofrer as consequências de seus pecados, atribuía todo seu sofrimento
a Deus. Jó realmente pensava que era Deus quem o estava castigando.
No meio do sofrimento
sua confiança irrestrita em Deus não se abalou. Foi neste contexto que ele
disse uma frase célebre: Ainda que ele me mate,
nele esperarei (Jó 13:15 - NVI). Mesmo pensando que era Deus quem lançara sobre
ele o problema, não fraquejou. A confiança de Jó não estava baseada no que ele
recebia de Deus, estava baseada em quem era Deus. A decisão deste homem era
ficar unido a Deus mesmo que nunca mais recebesse uma bênção sequer.
Se nossa confiança em
Deus estiver vinculada à ausência de problemas, nunca estaremos prontos para
confiar nEle. Porém, Jó nos dá um exemplo a ser seguido, ele diz: Ainda que ele me mate, nele esperarei (Jó 13:15 - NVI)
e completa: Eu sei que o meu Redentor vive (Jó 19:25). Que Frases! Que confiança!
Que exemplo!
José – Como eu pecaria contra Deus? (Gn. 39:9)
A
história de José é outra dessas muito conhecidas e apreciadas pelos leitores da
Bíblia. Ele era o filho mais querido do seu pai e isso era publicamente
demonstrado pelos presentes que ele ganhava.
Além
desses privilégios familiares, ele também tinha privilégios espirituais. Cedo
se mostrou com o dom profético ao receber revelações de Deus. Seus sonhos eram
um vislumbre do futuro da família.
Novamente
encontramos um “porém” na vida feliz de um ser humano. José foi vendido como
escravo pelos seus próprios irmãos. Foi rebaixado e injustiçado. Tinha todas as
razões para abandonar a Deus, pois, aparentemente, tinha sido abandonado por
Ele. Mas, mesmo sem entender o que acontecia, decidiu permanecer firme em Deus.
Um
dia, enquanto fazia seus trabalhos de escravo, foi submetido a uma tentação. A
mulher de seu chefe o convidou para um adultério. Não havia ninguém na casa
além dos dois. Pelos menos ninguém visível e José sabia disso.
Na hora da tentação ele
falou uma linda Frase: Como eu pecaria contra Deus? (Gn. 39:9). Que frase! Ela
expressa um grande exemplo de fidelidade na tentação. José poderia ter-se
revoltado contra Deus por tudo o que acontecera com ele e cair em pecado, mas
ele decidiu se manter fiel mesmo sem motivos aparentes para isso. Aliás, os
servos de Deus não precisam de motivos para ser fiéis.
O que José tinha era o
senso da presença constante de Deus e isso o fazia ser tão seguro em sua
posição. Ellen White comenta: “Se acalentássemos uma impressão habitual de que
Deus vê e ouve tudo que fazemos e dizemos, e conserva um registro fiel de
nossas palavras e ações, e de que devemos deparar tudo isto, teríamos receio de
pecar. Lembrem-se sempre os jovens de que, onde quer que estejam, e o que quer
que façam, acham-se na presença de Deus. Parte alguma de nossa conduta escapa à
observação” (Patriarcas e Profetas, 217). Onde quer que estejamos, em qualquer
momento, inclusive agora, estamos ao alcance dos olhos do Criador.
Paulo – Eu
sei em quem tenho crido (2 Tm 1:12)
Paulo
escreveu a maior parte do Novo Testamento. Foi um homem que dedicou os melhores
anos de sua vida à pregação do evangelho. Ao longo de sua trajetória passou por
muitos sofrimentos por causa do evangelho. Ele mesmo listou alguns deles.
“Recebi
dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com
varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia
passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de
salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos
na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos
irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em
jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada
dia o cuidado de todas as igrejas (2
Coríntios 11:24-28).
Sem
dúvida foi uma vida de desgaste pelo evangelho. Paulo merecia
uma aposentadoria tranquila depois de uma vida tão atribulada. Mas não foi isso
que aconteceu. No final de sua vida, cansado e maltratado pelo trabalho, em vez
de uma tranquila aposentadoria, ele foi preso e condenado à morte.
Na prisão, onde muitos
desanimam e perdem as forças, Paulo pronuncia uma das mais significativas
frases de sua vida: “Eu sei em quem tenho crido” (2 Tm 1:12). Emociona-me esta
frase! Este servo de Deus poderia estar reclamando com o céu por não ter a
recompensa de uma vida de dedicação missionária. Mas, ao contrário disso, ele
demonstra uma esperança inabalável em todos os momentos. Mesmo injustiçado
pelos homens, ele não tirava os olhos de Jesus. Seu coração fervia de
esperança.
Eu sei em quem tenho
crido. Estas foram as palavras escolhidas por Ellen White para findar a sua
jornada na Terra e ir descansar enquanto espera pelo retorno de Jesus. Assim
como Paulo, mesmo tendo diante de si a morte, a esperança fervia em seu
coração.
Fruto do relacionamento com Deus
Estes
três homens (Jó, José e Paulo), eram seres humanos iguais a nós. Com as mesmas
possibilidades de pecar e de ser santificado. Mas atravessaram a vida e
conseguiram uma jornada espiritual vitoriosa a ponto de nos deixarem três
preciosas pérolas da fé.
Suas
vitórias espirituais não aconteceram por acaso. Jó, por exemplo, tinha uma
intensa vida de comunhão com Deus. A Bíblia diz que “terminado um período de banquetes, Jó mandava chamá-los e fazia com que
se purificassem. De madrugada ele oferecia um holocausto em favor de cada um
deles, pois pensava: "Talvez os meus filhos tenham lá no íntimo pecado e
amaldiçoado a Deus". Essa era a prática constante de Jó” (Jó 1:5- NVI).
Constantemente Jó estava nas madrugadas buscando a
presença do Pai, estava em constante comunhão. É por isso que na hora da prova
ele pôde dizer: Ainda que ele me mate, nele esperarei.
José
não foi diferente. Mesmo escravo e em terra distante e pagã, não perdeu seu
contato com Deus. A Bíblia diz que “O
Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do
seu senhor egípcio” (Gen 39:2- NVI). Essa ideia foi
repetida em Gênesis 39:21 e 39:23. Ele estava constantemente com o Senhor.
O apóstolo Paulo estava
tão intimamente ligado com Cristo que foi capaz de dizer: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem
vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no
filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2:20- NVI). Foi essa
ligação que permitiu tamanha fé na hora da morte.
Resultado da confiança
Embora não devamos
confiar em Deus e entregar nossa vida a ele esperando receber algo em troca (o
mais importante já foi ganho, a salvação), Deus recompensou a confiança desses
homens.
Nossos personagens
receberam muito em troca de sua entrega irrestrita. No final de seu sofrimento,
Jó pôde dizer: Meus ouvidos já tinham ouvido a
teu respeito, mas agora os meus olhos te viram (Jó 42:5- NVI). A tribulação provocou
nele uma comunhão mais íntima. Algo aparentemente impossível aconteceu, dada a
descrição inicial do livro. Jó conseguiu ficar mais íntimo de Deus dentro do
problema do que ele já estava antes.
Além
disso, ele recuperou tudo em dobro, inclusive os filhos, pois recebeu mais dez
e os que morreram estão dormindo e aguardando a ressurreição. Naquele dia, Jó
terá filhos em dobro também.
José
não foi escravo a vida inteira, algum tempo depois seu pai recebeu a seguinte
notícia: “José ainda está vivo! Na verdade ele é o governador de todo o
Egito". O coração de Jacó quase parou! Não podia acreditar neles” (Gênesis 45:26- NVI). Deus honrou a
fidelidade de José colocando-o nos altos cargos egípcios.
A
recompensa de Paulo não foi dada a ele ainda, mas ele morreu na esperança de
que sua coroa estava guardada. Ele disse: Todavia, como está escrito:
"Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus
preparou para aqueles que o amam"; (1
Coríntios 2:9 - NVI). Morreu na esperança da volta de Jesus e de receber o
maior prêmio que um ser humano poderá receber, a vida eterna.
Talvez hoje você esteja
passando por problemas e não tenha explicação para isso e precise falar como Jó
no meio do sofrimento: Ainda que ele me mate,
nele esperarei (Jó 13:15). Quem sabe está passando por momentos de fortes
tentações e precise falar como José: Como eu pecaria contra Deus? (Gn.
39:9), ou talvez foi castigado pela vida e não recebeu a recompensa por todo o
esforço que fez e necessite falar como Paulo: Eu sei em quem tenho crido (2 Tm
1:12). Use as frases desses grandes homens, mas, acima de tudo, apegue-se ao
Deus desses grandes homens, Ele cuidará de você.
2 comentários:
Três frases que são um verdadeiro balsamo de confiança em nossos coraçaos
Muito bom o seu blog, vou ler muuuito.
Parabéns Pastor que Deus lhe em dobro.
Que lindo, amor! Que frases!!! Verdadeira inspiração. Que Deus te use cada dia mais.
Beijos, Sua Flor.
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