Cremos em um Deus
triuno. Esta é uma das mais importantes verdades bíblicas. Qualquer desvio
dessa crença pode causar prejuízos tremendos para o cristão individualmente
ou/e para a igreja.
“Há
um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas.
Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo, e sempre presente”
(Crença nº 2 da IASD). As provas da triunidade de Deus estão espalhadas por
toda a Bíblia. Basta um estudo atencioso e honesto para comprovarmos isso.
Nenhum
dos três foi criado ou está em situação de subordinação em relação ao outro.
Como diz o enunciado da crença lido anteriormente, são pessoas coeternas (Pai,
Filho e Espírito Santo) formando um só Deus. Não adianta tentarmos entender
como isso é possível, nossa mente não chegaria tão longe. Devemos aceitar, no
entanto, as evidências.
Por
ocasião do batismo de Jesus, Deus foi mostrado em sua triunidade. Lemos assim: E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea,
como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em
ti me comprazo (Lucas 3:22). Pai
Filho e Espírito Santo, os três estão nessa cena.
Em alguns episódios (como o anterior) a trindade apresenta-se
junta. Em outros momentos individualmente. Encontramos na Bíblia três momentos
que revelam bem o Deus triuno. Como em um grande filme, Deus revela-se através
dos tempos. Vamos destacar três atos dessa linda história.
Ato 1: Criação
No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra
era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de
Deus se movia sobre a face das águas (Gênesis
1:1-2).
Sob a Liderança de Deus, o Pai, e tendo
como agente da criação o Filho, tudo foi criado de forma maravilhosa. No
original hebraico, a palavra Deus do verso anterior é Elohim. É uma palavra
plural. Ela está se referindo a mais de uma pessoa, portanto, no primeiro verso
da Bíblia já encontramos uma evidência inequívoca sobre a multiplicidade da
divindade. O verso dois, por sua vez, fala claramente sobre a presença do Espírito
naquele momento. A trindade já se faz presente no início do relato sagrado.
Há
mais evidência em Gênesis: “E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os
peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra,
e sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1:26).
O texto está todo no plural
mostrando que a criação foi obra em conjunto de mais de uma pessoa divina. A
pluralidade é uma característica clara da divindade.
O ato criativo de Deus
carrega ensinamentos em cada um de seus aspectos. Na criação Deus mostra sua
capacidade de Produzir a partir do nada. O aspecto criador de Deus nos garante
que Ele pode pegar uma matéria sem forma e vazia e transformar em um lindo
planeta com todas as condições para a vida. Isso é confortador para nós, pois,
muitos seres humanos estão internamente como a Terra estava, sem forma e
vazios. São vidas destruídas pelo pecado que se forem colocadas nas mãos do
Criador poderão ser transformadas em valiosas obras de arte. Na Criação, Deus é
revelado como o Todo-Poderoso Triuno.
Ato 2: Calvário
O segundo ato que
podemos destacar do “filme” da redenção é o Calvário. Neste ato o Filho está em
destaque, embora percebamos a presença do Pai. Enquanto estava pregado na Cruz,
Jesus se referiu a Ele: Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes” (Lucas
23:34). Se Jesus e o Pai não fossem pessoas diferentes, como alguns dizem,
Jesus estaria falando com ele mesmo. Isso é ridículo doutrinariamente. O
diálogo da cruz é mais uma referência à pluralidade da divindade.
No calvário aconteceu o
evento central na história dos seres humanos: a morte do Salvador. Lemos assim:
“E Jesus, clamando outra vez com grande voz,
rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a
baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;” (Mateus 27:50-51).
Esse ato de Deus é o
motivo que leva os pecadores a ter esperança. A morte de Jesus nos traz vida em
abundância. Para deixar bem claro o que acontecia naquela cruz o véu do templo
se rasgou. Deus estava indicando o fim dos sacrifícios no Templo terrestre,
pois o cordeiro de Deus havia morrido (Jo. 1:29). A justiça divina havia sido
satisfeita. Estava pago o preço pelo resgate dos pecadores.
Esta é uma cena que
precisa ser lembrada todos os dias. “Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora
a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar
que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar
assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais
constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu
espírito” (O desejado de todas as nações, 83). No calvário Deus é revelado como
aquele que Resgata. Como o redentor do mundo.
Ato 3: Pentecostes
O terceiro ato do nosso
“filme” é o pentecostes. Nesta cena o Espírito Santo está em destaque. Ele foi
enviado para continuar a obra iniciada por Jesus, enquanto o Filho iria para
sua obra sacerdotal no santuário celestial.
Em Atos 2: 2 - 4 lemos
o seguinte relato: E de repente veio do céu um
som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as
quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem”.
Este é
um relato do Espírito Santo atuando na vida dos fiéis,
distribuindo o dom necessário para aquela ocasião. A terceira pessoa da
Trindade é o protagonista deste episódio.
Muitos têm se desviado
dos ensinos bíblicos e negado a personalidade de Espírito Santo. Afirmam que
ele seria apenas uma força ou influência vinda de Deus, mas não é isso que a
Bíblia nos apresenta.
Em Atos 5:3 e 4 lemos: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o
teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço
da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu
poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens,
mas a Deus” (Atos 5:3-4).
A afirmação que
retiramos destes versos é clara: O Espírito Santo é Deus. Ananias e Safira não
poderiam mentir para uma força ou para uma influência. Só se mente para um ser
que possui personalidade.
Encontramos diversas
passagens na Bíblia que descrevem atributos pessoais do Espírito Santo,
provando, sem deixar margens para dúvidas, que Ele é uma pessoa da trindade, não
uma força ou qualquer outra coisa parecida.
Neste terceiro ato de
Deus o encontramos agindo nas pessoas de forma mais direta. Distribuindo seus
dons. Gálatas 5: 22 e 23 nos mostra o que o Espírito Santo deseja fazer em nós.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas
coisas não há lei”. Ele quer fazer brotar em nós o seu fruto para
transformar o cristão, para ajudar a cumprir a missão de Deus e para restaurar
mais filhos dEle. No Pentecostes, portanto, Deus é revelado como o capacitador.
Aquele que dotará os homens das qualidades necessárias para que eles sejam tudo
quanto Deus deseja que sejam.
A cena Final: A (Re)criação
Criador, Redentor e
capacitador são três importantes aspectos do Deus Triuno. Porém, toda boa
história tem um grande momento final onde o bem definitivamente vence o mal.
Nós não poderíamos terminar esta reflexão sem mencioná-lo.
A trindade está
envolvida no plano da redenção e o objetivo desse esforço em conjunto é um
retorno, todos querem levar o homem de volta ao Éden. O último ato de Deus será
a (Re)criação. Quando ele cumprirá a promessa: “E
vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova
Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o
seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de
Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo
Deus estará com eles, e será o seu Deus (Apocalipse
21:1-3).
O Deus triuno voltará
ao primeiro ato e fará a (re)criação. Assim será revelado todo o Seu amor
definitivamente. Somente naquele momento poderemos desfrutar do que descreve
Ellen White: O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O
Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo
vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e
alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até
ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena
beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor (Grande Conflito , 678).
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