domingo, 16 de dezembro de 2012


Resiliência
Felippe Amorim


Ultimamente temos ouvido falar muito a palavra “resiliência”. Na igreja, nas empresas, nos consultórios médicos, sempre há alguém se referindo a ela.
Resiliência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura” (Wikipédia).
Para entendermos melhor basta vermos alguns exemplos. O elástico é um material resiliente, você pode esticá-lo até o seu limite e depois ele retornará à sua forma original. Outro exemplo é a vara de salto em altura usada em eventos esportivos. Ela se dobra ao peso do atleta, mas logo que passa a tensão, ela volta à sua forma original. Ela é resiliente.
A psicologia se apropriou deste conceito e o aplicou às pessoas. Alguém resiliente seria uma pessoa com capacidade de sofrer pressão ou enfrentar problemas de forma sóbria e depois retornar ao seu estado anterior.  
O apóstolo Paulo sem dúvida é um bom exemplo de uma pessoa resiliente. Ele enfrentou duras provas ao longo da vida, mas não foi quebrado por nenhuma delas. Ele mesmo relata: Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas (2 Coríntios 11:24-28).
Ele suportou muito sofrimento em favor do evangelho, porém no final da vida o percebemos sóbrio e calmo mesmo diante da morte. As cartas da prisão nos dão uma boa ideia a respeito disso. Paulo escreveu a Timóteo: Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda (2 Timóteo 4:6-8).
É até difícil imaginar alguém condenado à morte estar tão tranquilo, afirmando que não está morrendo simplesmente, mas está sendo oferecido como oferta a Deus. Não se trata de sacrifício humano. Paulo apenas está dizendo que a vida dele pertence a Deus e se for necessário morrer por Ele, isso acontecerá.
Isso é resiliência. Depois de uma vida dura e diante da morte iminente, há tranquilidade. O que fazia de Paulo um homem resiliente? Podemos encontrar a resposta nesse texto escrito a Timóteo.

Consciência tranquila

Paulo nos dá um indício de como estava sua consciência para com Deus naquele momento. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). É perceptível que o apóstolo tinha uma consciência tranquila em relação aos seus deveres de cristão. Ele tinha feito tudo o que deveria fazer. Vale a pena analisarmos as três partes desta frase.
A vida cristã é um combate constante e Paulo sabia disso. Ela já havia afirmado: E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível (1 Coríntios 9:25). A própria preparação para o combate cristão é parte dele.
Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho (Filipenses 1:27). O Cristão também combate para manter a fé viva.  
Encontramos ainda outro aspecto do combate mencionado por Paulo: Mas, mesmo depois de termos antes padecido, e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate (1 Tessalonicenses 2:2). É o combate da pregação do evangelho. Temos um inimigo que tenta atrapalhar a todo custo, mas não podemos desistir da luta.
A vida tem ainda outros combates que algumas vezes travamos. São lutas para manter a família, para ser fiel, para se manter saudável etc. São lutas comuns a todos e que às vezes machucam e deixa cicatrizes.
Além de combater, Paulo diz que “acabou a carreira”. Ele está falando do percurso que Deus traçou para ele e para cada cristão que se coloca sob Suas mãos. Deus tem propósitos para nossa vida e os cumprirá se nós assim o deixarmos. “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (Atos 20:24). Cumprir a missão dada por Deus, foi para isso que o apóstolo dedicou a vida.
Paulo completa essa parte do pensamento dizendo: “Guardei a Fé”. Mesmo diante das dificuldades, ele não vacilou na fé. Ele estava dizendo que diante de todas as provas enfrentadas ele esteve firme aos princípios divinos. “Cada cristão guarda "a fé" quando vive pessoalmente seus princípios. A sinceridade da fé de um cristão se mede pela amplitude com a qual reflete esses princípios” (CBA - eletrônico).
Diante do percurso da vida, Paulo sabia que tinha feito tudo o que deveria fazer e por isso estava com a consciência tranquila. Esse era o primeiro segredo da resiliência paulina.

Certeza da recompensa

A segunda faceta da capacidade de Paulo de suportar as provas relaciona-se com uma certeza que ele guardava em seu coração. Ele sabia que sua “coroa da justiça está guardada (2 Timóteo 4:8). Perceba que ele usa o verbo no presente, indicando a convicção que tinha.
Durante suas horas mais difíceis de luta pela fé, o esplendor da promessa de seu Senhor lhe deu esperança. Paulo não tirava os olhos daquele lugar lindo de tal forma que ele não conseguiu descrever: “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam” (1 Coríntios 2:9).
Paulo sabia que a recompensa era maravilhosa e certa. Diante das adversidades e, muitas vezes, injustiças da vida, não podemos tirar os olhos da recompensa eterna. A visão da recompensa ajudava Paulo a resistir nas provas, a ser resiliente.

Amar a vinda de Cristo

Há um terceiro elemento importante no conjunto de fatores que contribuíram para a força de Paulo diante das provas. Ele escreveu que a recompensa seria dada “a todos os que amarem a sua vinda” (2 Timóteo 4:8).
O retorno de Cristo à Terra não é para ser aguardado apenas, é para ser amado. Há uma diferença significativa. Muitas vezes dizemos que aguardamos a volta de Cristo, mas vivemos como se Ele nunca fosse voltar. Quem ama a vinda dEle, espera ansioso todos os dias e trabalha para que aconteça o mais rápido possível.
Paulo sonhava com a volta de Jesus. Ele escreveu: Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem. Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. (I Tess. 4: 14 – 17).
            A vontade de ver Jesus era tão grande que Paulo falava dela como se fosse acontecer ainda enquanto ele estivesse vivo. Ele cria que seria ainda em sua geração e pregava assim. Quando o desanimo batia à porta, Paulo olhava para o céu e sentia o frescor da esperança da volta de Cristo. Isso o fazia resiliente.

Resiliência recebida

A resiliência de Paulo era fruto da fé nas promessas de Deus. Ele se torna um precioso exemplo para nós. Diz Ellen White: “Quase vinte séculos se passaram desde que o idoso Paulo derramou seu sangue em testemunho da Palavra de Deus e para testificar de Jesus Cristo. Nenhuma mão fiel registrou para as gerações vindouras as últimas cenas da vida deste santo homem; a inspiração, porém, nos preservou seu testemunho ao morrer ele. Como o clangor de uma trombeta, sua voz tem repercutido através de todos os séculos, enrijando com sua coragem milhares de testemunhas de Cristo, e despertando em milhares de corações, feridos pela tristeza, o eco de sua alegria triunfante: "Eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo de minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda." II Tim. 4:6-8”. (Atos dos Apóstolos, 513).
Todos enfrentamos problemas. Constantemente somos dobrados pelas provas, apertados pelas aflições da vida, postos no fogo das tentações. Assim como um elástico, muitas vezes somos provados até o limite das nossas forças. É assim no mundo de pecado, infelizmente.
Aqueles, no entanto, que, como Paulo, tiverem consciência tranquila do dever cumprido, certeza da salvação em Cristo e amor por sua vinda, passarão pelos problemas e não sofrerão danos. A pressão da vida não modificará a sua fé, não diminuirá sua alegria, não moverá seus olhos do Salvador. Deus dá a quem quiser a capacidade de suportar e superar os problemas.
Talvez você esteja precisando agora de resiliência divina. O Senhor que a deu a Paulo e que na cruz nos deu o maior exemplo de resiliência da história, pode dá-la a você agora. Peça e você receberá, Ele prometeu. 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


 
Palavras de Confiança
Três frases para serem copiadas por todo cristão


Algumas pessoas deixam marcas pelo que fazem, outros ficam marcados na história pelo que cantam, há ainda outros que são marcados pelo que falam.
Há frases célebres que nos fazem lembrar imediatamente do seu autor. Não tem como não vincular a frase “I have a dream” (eu tenho um sonho) ao corajoso e determinado Martin Luter King. Esta frase sem dúvida o marcou. Sócrates disse “Conhece-te a ti mesmo” e muitos se lembram dele por estas palavras. O filósofo francês Voltaire cunhou uma frase repetida muitas vezes: “não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres”. O estadunidense Benjamin Franklin teve suas sábias palavras projetadas na história: “Ser humilde com os superiores é uma obrigação, com os colegas uma cortesia, com os inferiores é uma nobreza”. Sem dúvida estas frases ajudaram a estas pessoas a entrarem para a história.
Na Bíblia encontramos muitas frases lindas. Sem dúvida, as melhores e mais significativas frases. São as melhores talvez não pela plástica de suas construções, mas porque são frases que envolvem salvação. Gostaria de destacar três frases que deveriam ser motivos de meditação e cópia para cada cristão.

Jó: “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15 - NVI)

A história de Jó é uma das mais lindas e significativas da Bíblia. Também uma das minhas preferidas. Ele é descrito como alguém integro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal.
Sem dúvida, Jó é um homem admirável. Um pai de família respeitado e de sucesso, pois, a Bíblia descreve sua família unida, os seus filhos sempre se encontrando em banquetes (v. 4).
Nos negócios ele era muito bem sucedido, a ponto de ser descrito como o mais rico do oriente (v. 3). Essa riqueza toda foi adquirida de forma honesta e justa. Essa é, resumidamente, a descrição inicial de Jó no livro que leva seu nome.
Um dia, no entanto, em um lugar muito distante da casa de Jó, seu destino foi alterado drasticamente. Depois de desafiar a Deus, satanás conseguiu a permissão para tocar nos bens, na família e depois na saúde de Jó.
Não sou pai, mas já vi alguns pais perderem seus filhos para a morte e foram cenas de indescritível dor. Imagina então alguém perder dez filhos de uma só vez. Que sofrimento! Os bens, perto desta perda, são quase irrelevantes.
Precisamos relembrar algumas coisas importantes. Deus não inflige o mal sobre o homem, mas se ele permite, há um propósito. Contudo, o mal vem exclusivamente de satanás. Jó, porém, não entendia muito bem isso naquele momento. E, sob as acusações dos amigos de sofrer as consequências de seus pecados, atribuía todo seu sofrimento a Deus. Jó realmente pensava que era Deus quem o estava castigando.
No meio do sofrimento sua confiança irrestrita em Deus não se abalou. Foi neste contexto que ele disse uma frase célebre: Ainda que ele me mate, nele esperarei (Jó 13:15 - NVI). Mesmo pensando que era Deus quem lançara sobre ele o problema, não fraquejou. A confiança de Jó não estava baseada no que ele recebia de Deus, estava baseada em quem era Deus. A decisão deste homem era ficar unido a Deus mesmo que nunca mais recebesse uma bênção sequer.
Se nossa confiança em Deus estiver vinculada à ausência de problemas, nunca estaremos prontos para confiar nEle. Porém, Jó nos dá um exemplo a ser seguido, ele diz: Ainda que ele me mate, nele esperarei (Jó 13:15 - NVI) e completa:  Eu sei que o meu Redentor vive (Jó 19:25). Que Frases! Que confiança! Que exemplo!

José – Como eu pecaria contra Deus? (Gn. 39:9)

            A história de José é outra dessas muito conhecidas e apreciadas pelos leitores da Bíblia. Ele era o filho mais querido do seu pai e isso era publicamente demonstrado pelos presentes que ele ganhava.
            Além desses privilégios familiares, ele também tinha privilégios espirituais. Cedo se mostrou com o dom profético ao receber revelações de Deus. Seus sonhos eram um vislumbre do futuro da família.
            Novamente encontramos um “porém” na vida feliz de um ser humano. José foi vendido como escravo pelos seus próprios irmãos. Foi rebaixado e injustiçado. Tinha todas as razões para abandonar a Deus, pois, aparentemente, tinha sido abandonado por Ele. Mas, mesmo sem entender o que acontecia, decidiu permanecer firme em Deus.
            Um dia, enquanto fazia seus trabalhos de escravo, foi submetido a uma tentação. A mulher de seu chefe o convidou para um adultério. Não havia ninguém na casa além dos dois. Pelos menos ninguém visível e José sabia disso.
Na hora da tentação ele falou uma linda Frase: Como eu pecaria contra Deus? (Gn. 39:9). Que frase! Ela expressa um grande exemplo de fidelidade na tentação. José poderia ter-se revoltado contra Deus por tudo o que acontecera com ele e cair em pecado, mas ele decidiu se manter fiel mesmo sem motivos aparentes para isso. Aliás, os servos de Deus não precisam de motivos para ser fiéis.
O que José tinha era o senso da presença constante de Deus e isso o fazia ser tão seguro em sua posição. Ellen White comenta: “Se acalentássemos uma impressão habitual de que Deus vê e ouve tudo que fazemos e dizemos, e conserva um registro fiel de nossas palavras e ações, e de que devemos deparar tudo isto, teríamos receio de pecar. Lembrem-se sempre os jovens de que, onde quer que estejam, e o que quer que façam, acham-se na presença de Deus. Parte alguma de nossa conduta escapa à observação” (Patriarcas e Profetas, 217). Onde quer que estejamos, em qualquer momento, inclusive agora, estamos ao alcance dos olhos do Criador.

 Paulo – Eu sei em quem tenho crido (2 Tm 1:12)

            Paulo escreveu a maior parte do Novo Testamento. Foi um homem que dedicou os melhores anos de sua vida à pregação do evangelho. Ao longo de sua trajetória passou por muitos sofrimentos por causa do evangelho. Ele mesmo listou alguns deles.
“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas (2 Coríntios 11:24-28).
Sem dúvida foi uma vida de desgaste pelo evangelho. Paulo merecia uma aposentadoria tranquila depois de uma vida tão atribulada. Mas não foi isso que aconteceu. No final de sua vida, cansado e maltratado pelo trabalho, em vez de uma tranquila aposentadoria, ele foi preso e condenado à morte.
Na prisão, onde muitos desanimam e perdem as forças, Paulo pronuncia uma das mais significativas frases de sua vida: “Eu sei em quem tenho crido” (2 Tm 1:12). Emociona-me esta frase! Este servo de Deus poderia estar reclamando com o céu por não ter a recompensa de uma vida de dedicação missionária. Mas, ao contrário disso, ele demonstra uma esperança inabalável em todos os momentos. Mesmo injustiçado pelos homens, ele não tirava os olhos de Jesus. Seu coração fervia de esperança.
Eu sei em quem tenho crido. Estas foram as palavras escolhidas por Ellen White para findar a sua jornada na Terra e ir descansar enquanto espera pelo retorno de Jesus. Assim como Paulo, mesmo tendo diante de si a morte, a esperança fervia em seu coração.

Fruto do relacionamento com Deus

            Estes três homens (Jó, José e Paulo), eram seres humanos iguais a nós. Com as mesmas possibilidades de pecar e de ser santificado. Mas atravessaram a vida e conseguiram uma jornada espiritual vitoriosa a ponto de nos deixarem três preciosas pérolas da fé.
            Suas vitórias espirituais não aconteceram por acaso. Jó, por exemplo, tinha uma intensa vida de comunhão com Deus. A Bíblia diz que “terminado um período de banquetes, Jó mandava chamá-los e fazia com que se purificassem. De madrugada ele oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: "Talvez os meus filhos tenham lá no íntimo pecado e amaldiçoado a Deus". Essa era a prática constante de Jó” (Jó 1:5- NVI).
            Constantemente Jó estava nas madrugadas buscando a presença do Pai, estava em constante comunhão. É por isso que na hora da prova ele pôde dizer: Ainda que ele me mate, nele esperarei.
José não foi diferente. Mesmo escravo e em terra distante e pagã, não perdeu seu contato com Deus. A Bíblia diz que “O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio” (Gen 39:2- NVI). Essa ideia foi repetida em Gênesis 39:21 e 39:23. Ele estava constantemente com o Senhor.
O apóstolo Paulo estava tão intimamente ligado com Cristo que foi capaz de dizer: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2:20- NVI). Foi essa ligação que permitiu tamanha fé na hora da morte.

Resultado da confiança

Embora não devamos confiar em Deus e entregar nossa vida a ele esperando receber algo em troca (o mais importante já foi ganho, a salvação), Deus recompensou a confiança desses homens.
Nossos personagens receberam muito em troca de sua entrega irrestrita. No final de seu sofrimento, Jó pôde dizer: Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram (Jó 42:5- NVI). A tribulação provocou nele uma comunhão mais íntima. Algo aparentemente impossível aconteceu, dada a descrição inicial do livro. Jó conseguiu ficar mais íntimo de Deus dentro do problema do que ele já estava antes.
Além disso, ele recuperou tudo em dobro, inclusive os filhos, pois recebeu mais dez e os que morreram estão dormindo e aguardando a ressurreição. Naquele dia, Jó terá filhos em dobro também.
José não foi escravo a vida inteira, algum tempo depois seu pai recebeu a seguinte notícia: “José ainda está vivo! Na verdade ele é o governador de todo o Egito". O coração de Jacó quase parou! Não podia acreditar neles” (Gênesis 45:26- NVI). Deus honrou a fidelidade de José colocando-o nos altos cargos egípcios.
A recompensa de Paulo não foi dada a ele ainda, mas ele morreu na esperança de que sua coroa estava guardada. Ele disse: Todavia, como está escrito: "Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam"; (1 Coríntios 2:9 - NVI). Morreu na esperança da volta de Jesus e de receber o maior prêmio que um ser humano poderá receber, a vida eterna.
Talvez hoje você esteja passando por problemas e não tenha explicação para isso e precise falar como Jó no meio do sofrimento: Ainda que ele me mate, nele esperarei (Jó 13:15). Quem sabe está passando por momentos de fortes tentações e precise falar como José: Como eu pecaria contra Deus? (Gn. 39:9), ou talvez foi castigado pela vida e não recebeu a recompensa por todo o esforço que fez e necessite falar como Paulo: Eu sei em quem tenho crido (2 Tm 1:12). Use as frases desses grandes homens, mas, acima de tudo, apegue-se ao Deus desses grandes homens, Ele cuidará de você.