sábado, 29 de maio de 2010

O Regime Alimentar e a Saúde

O Regime Alimentar e a Saúde




“Nosso corpo é formado pela comida que ingerimos. Há constante desgaste dos tecidos do corpo; todo movimento de qualquer órgão implica um desgaste, o qual é reparado por meio do alimento. Cada órgão do corpo requer sua parte de nutrição. O cérebro deve ser abastecido com sua porção; os ossos, os músculos e os nervos requerem a sua.”



“Deve-se escolher o alimento que melhor proveja os elementos necessitados para a edificação do organismo. Nessa escolha, o apetite não é um guia seguro. Mediante hábitos errôneos de comer, o apetite se tornou pervertido.”

“A fim de saber quais são os melhores alimentos, cumpre-nos estudar o plano original de Deus para o regime do homem.”

“Cereais, frutas, nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador. Esses alimentos, preparados da maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos. Proporcionam uma força, uma resistência e vigor intelectual que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante.”

“Mas nem todas as comidas saudáveis em si mesmas são igualmente adequadas a nossas necessidades em todas as circunstâncias. Deve haver cuidado na seleção do alimento. Nossa comida deve ser de acordo com a estação, o clima em que vivemos e a ocupação em que nos empregamos. Certas comidas apropriadas para uma estação ou um clima, não o são para outro. Assim, há diferentes comidas mais adequadas às pessoas segundo as várias ocupações.”

“Deus nos tem dado ampla variedade de comidas saudáveis, e cada pessoa deve escolher dentre elas aquelas que a experiência e o bom senso demonstram ser as mais convenientes às suas próprias necessidades.”

“As pessoas que se têm habituado a um regime muito condimentado, altamente estimulante, têm um gosto não natural, e logo não podem apreciar o alimento simples. Levará tempo até que o gosto se torne natural, e o estômago se recupere do abuso sofrido. Mas os que perseveram no uso do alimento saudável, depois de algum tempo o acharão agradável ao paladar. Seu delicado e delicioso sabor será apreciado, e será ingerido com maior satisfação do que se pode encontrar em nocivas iguarias. E o estômago, numa condição saudável, não estimulado nem sobrecarregado, está apto a se desempenhar mais facilmente de sua tarefa.”



O Preparo do Alimento



“É pecado comer apenas para satisfazer o apetite, mas não se deve ser indiferente quanto à qualidade da alimentação, ou à maneira de a preparar. Se a refeição que comemos não é saborosa, o organismo não recebe tanta nutrição. O alimento deve ser cuidadosamente escolhido e preparado com inteligência e habilidade.”

“A alimentação deficiente, mal cozida, estraga o sangue, por enfraquecer os órgãos que o preparam. Isso desarranja o organismo, trazendo doenças, com seu cortejo de nervos irritados e mau gênio. As vítimas da deficiência culinária contam-se aos milhares e dezenas de milhares. Sobre muitos túmulos se poderia gravar: "Morto devido à má cozinha"; "Morto por maus-tratos infligidos ao estômago."”

“É um sagrado dever para os que cozinham o saber preparar alimento saudável. Muitas almas se perdem em razão de um errôneo modo de preparar os alimentos. Exige reflexão e cuidado o fazer um bom pão; há, porém, mais religião num pão bem feito do que muitos pensam. Na verdade há poucas boas cozinheiras.”

“É de vital importância a regularidade no comer. Deve haver tempo determinado para cada refeição. Nesta ocasião, coma cada um o que o organismo requer, e depois não tome nada mais até a próxima refeição. Muitas pessoas comem quando o organismo não sente necessidade de alimento, em intervalos irregulares e entre as refeições, porque não têm suficiente força de vontade para resistir à inclinação. Quando em viagem, alguns estão continuamente mordicando, se lhes chega ao alcance qualquer coisa de comer. Isso é muito nocivo. Se os viajantes comessem regularmente, um alimento simples e nutritivo, não experimentariam tão grande fadiga, nem sofreriam tanto enjôo.”

“Outro hábito prejudicial é o de tomar alimento exatamente antes de dormir. Pode-se haver tomado as refeições regulares, mas, por sentir-se uma sensação de fraqueza, ingere-se mais alimento. Mediante a condescendência, essa prática errônea se torna um hábito, e tantas vezes tão firmemente fixado que se julga impossível dormir sem comer. Em resultado de tomar ceias tardias, o processo digestivo é continuado através do período de repouso. Mas, embora o estômago trabalhe constantemente, sua função não é bem feita. O sono é mais vezes perturbado por sonhos desagradáveis, e pela manhã a pessoa acorda sem se haver descansado, e com pouco apetite para a refeição matinal. Quando nos deitamos para repousar, o estômago já devia ter concluído a sua obra, a fim de, como os demais órgãos do corpo, fruir repouso. Para as pessoas de hábitos sedentários, as ceias tarde da noite são particularmente nocivas. Para essas, as desordens criadas são geralmente o começo de doenças que findam na morte...Pelo menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas que experimentarem esse plano verificará que duas refeições por dia são preferíveis a três.”



Maneiras Erradas de Comer



“O estômago está intimamente relacionado com o cérebro; e quando ele está doente, a força nervosa é chamada do cérebro em auxílio dos enfraquecidos órgãos digestivos. Sendo estas exigências demasiado freqüentes, o cérebro fica congestionado. Se este é constantemente sobrecarregado, e há falta de exercício físico, mesmo a comida simples deve ser tomada parcimoniosamente.”

“Muitas pessoas que rejeitam a carne e outros pesados e nocivos artigos pensam que, porque sua comida é simples e sã, podem condescender com o apetite sem restrições, comendo excessivamente, por vezes até a gulodice. Isso é um erro. Os órgãos digestivos não devem ser sobrecarregados com uma quantidade ou qualidade de alimento que torne pesado ao organismo o digeri-lo.”

“Alimento em excesso pesa no organismo, produzindo um estado mórbido, febricitante. Chama uma indevida quantidade de sangue para o estômago, causando resfriamento nos membros e extremidades. Impõe pesada carga aos órgãos digestivos, e, quando os mesmos têm executado sua tarefa, resta uma sensação de desfalecimento e fraqueza. Pessoas que estão continuamente a comer em excesso chamam fome a essa sensação de esvaimento; é, porém, causado pelo estado de exaustão dos órgãos digestivos. Há por vezes torpor do cérebro, com indisposição para o esforço mental e físico.”

“Não é fácil prescrever regras que se adaptem a todos os casos; mas, atendendo aos sãos princípios no comer, podem-se operar grandes reformas, e a cozinheira não precisa labutar continuamente para tentar o apetite.”

“Existem homens e mulheres de excelentes aptidões naturais, que não realizam metade do que poderiam efetuar se exercessem domínio sobre si mesmos quanto a negar-se ao apetite. Muitos escritores e oradores falham nesse ponto. Depois de comer à vontade, entregam-se a ocupações sedentárias, lendo, estudando ou escrevendo, não se dando nenhum tempo para exercício físico. Em conseqüência, é dificultado o livre fluxo dos pensamentos e das palavras. Não podem escrever nem falar com a intensidade e o vigor necessários para atingir o coração; seus esforços são fracos e infrutíferos.”

“Eis uma sugestão para todos quantos têm trabalho sedentário ou especialmente mental; experimentem-no os que tiverem suficiente força moral e domínio próprio: Comei em cada refeição apenas duas ou três espécies de alimento simples, não ingerindo mais do que o necessário para satisfazer a fome. Fazei exercício ativo todos os dias, e vede se não experimentais benefício.”

“A obediência às leis da saúde deve ser considerada questão de dever pessoal. Temos de sofrer os resultados da lei violada. Cumpre-nos responder individualmente a Deus por nossos hábitos e práticas. Portanto, a questão quanto a nós, não é: "Qual é o costume do mundo?", mas: "De que maneira eu, como indivíduo, tratarei a habitação que Deus me deu?"”



Retirado de: A Ciência do Bom Viver, cap. 23

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